UMA LOURA À JANELA - 14

Lowell tirou uma carteira recheada do bolso do paletó.

– Antes que o senhor faça qualquer pagamento, – continuou James, – quero adverti-lo de que as esperanças são muito vagas. O melhor que tem a fazer é ir ao Departamento de Pessoas Desaparecidas.

Tommy Logan olhou estupefato para o seu chefe. Como poderia ele estar rejeitando trabalho... e dinheiro?!

Frank Lowell colocou quatro notas de cinquenta sobre a escrivaninha e disse:

– Aprecio a sua honestidade, sr. Todd. Mas, como já falei, não posso ir até a polícia. Portanto, peço-lhe que faça o melhor possível. Poderá falar comigo, telefonando para este número.

O produtor escreveu o número num pedaço de papel, que entregou a James. Em seguida, levantou-se e despediu-se. E, mal ele havia saído do escritório, Tommy inquiriu, ainda meio aturdido;

– O senhor está ficando louco, chefe? Porque recusou o trabalho? Como pode recusar dinheiro?

– Eu estava apenas ajudando o nosso cliente a obter a imagem que ele queria de nós. Fingi nada saber sobre a srta. Mary Brown. E tinha certeza de que conseguiríamos o trabalho. A intenção do sr. Lowell, ao vir até aqui, era a de tomar conhecimento do que sabíamos a respeito de sua “pupila”. Não sei se percebeu, mas ele não nos informou coisa alguma. É um sujeito bastante esperto esse sr. Lowell. Penso que é um dos sujeitos mais espertos da cidade.

Enquanto Tommy o olhava com ar intrigado, James pegou um formulário de telegrama, escreveu nele alguma coisa e pediu, estendendo o braço para seu assistente:

– Passe-me essa revista cinematográfica que você já gastou de tanto ler.

Tommy abriu a boca. Ia dizer alguma coisa. Mas decidiu ficar quieto e obedeceu ao pedido de seu chefe.

James folheou a revista e, encontrando o que queria, anotou no formulário de telegrama. Quando terminou de escrever ordenou a Tommy:

– Envie esse telegrama para Donald Folson, em San Francisco...

O detetive tinha um palpite e decidira pô-lo em execução. E estava ansioso pela resposta de seu amigo Donald Folson. Talvez ela demorasse algum tempo para chegar, pois Folson certamente não obteria com muita facilidade a informação solicitada.

– Vou dar uma volta, Tommy – informou James. – Se, antes do meio-dia, chegar uma resposta a esse telegrama, leve-a ao apartamento da srta. Vale. É o 4-B, do Edifício Lennox. O nome da rua você consegue na lista telefônica..

continua na próxima sexta-feira

R F Lucchetti
Enviado por R F Lucchetti em 12/02/2016
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