UMA LOURA À JANELA - 7

CAPÍTULO TRÊS

O ÚLTIMO PAPEL DE UM ÍDOLO DAS TELAS

Eram mais de duas e meia da manhã, quando James Todd entrou em seu apartamento. Tommy Logan foi ao seu encontro, assim que o viu.

– Onde está a garota? – Perguntou James.

A jovem loura poupou a Tommy o trabalho de responder. Saiu do quarto de James. Tinha os olhos vermelhos, indicando que estivera chorando. Observou atentamente o detetive, enquanto ele tirava a capa.

– Diga qualquer coisa! – Gritou ela. – Ele está morto? A polícia apareceu? Estão atrás de mim?

– Ora, acalme-se! – Replicou James. – Até o momento, a polícia não sabe nada a seu respeito. Consegui vir embora, sem informá-los sobre seu paradeiro.

A moça deu um suspiro de alívio.

– Você não o matou, não é? – Inquiriu James, olhando-a com firmeza.

– É claro que não! – Foi a resposta dela, dita em voz alta. – Oh! Isso tudo é tão horrível! Parece um pesadelo!

– Se não o matou, não precisa se preocupar! Agora, diga-nos o que sabe sobre o caso... Pode começar, dizendo-nos o seu nome.

– Eu me chamo Mary Brown. Seu secretário me contou que o senhor estava vigiando o quarto que eu e aquele homem ocupávamos no hotel. O que viu não passa de uma encenação.

A loura fez uma pausa, como se hesitasse em prosseguir. James ainda a encarava, e ela continuou:

– Eu nunca poderia ter qualquer relacionamento com aquele homem asqueroso. Participei de uma cena de amor com ele porque julgava que se tratava de um teste para um filme. Eu sempre quis ser atriz de Cinema, e disseram-me que o operador da câmera estaria filmando de fora do quarto. Então, de repente, – e ela estremeceu, como se houvesse sentido uma rajada de vento frio, – as luzes se apagaram. Em seguida, alguém esbarrou em mim; e eu senti um choque nas costas dele...

O telefone interrompeu-a.

James atendeu, ouviu por um momento o que dizia a pessoa do outro lado da linha e, depois, assobiou, como se houvesse escutado uma grande revelação.

– Muito bem, tenente – falou, por fim. – Irei até aí imediatamente. Talvez eu possa ajudá-lo...

Desligou o telefone e voltou-se para a jovem. Ela o encarava com uma expressão assustada.

– A polícia encontrou um cadáver não identificado num beco, a algumas quadras do Hotel Continental. Ele tinha um ferimento de faca nas costas. Mas pode ser que não seja o nosso homem.

– Eu não estou entendendo... – Retrucou a loura. – Que cadáver é esse?

James lembrou-se de que não havia falado para ela sobre o estranho desaparecimento do corpo do homem assassinado.

– Esqueci de contar-lhe que alguém fez desaparecer o corpo do seu... parceiro informou.

– Meu Deus! – Exclamou Mary. – Quem faria uma coisa dessas? E por quê?

continua na próxima sexta-feira

R F Lucchetti
Enviado por R F Lucchetti em 18/12/2015
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