E ENTÃO É NATAL...
Natal se aproxima e se vai,
Tão célere como os outros natais.
Jesus renasce...
No interior dos templos do egoísmo,
No brilho falso dos templos de consumo.
Jesus se diluiu
Em meio aos excessos
Dos tempos líquidos e incertos.
Vem embalado em presentes fáceis,
Decorado em mesas fartas,
Regado a prazeres voláteis.
Jesus passou por mim
Sob o manto da miséria,
Da dor e do sofrimento.
E eu não O vi...
Senhor, devolve-me o Natal
Da minha infância.
Devolve minha inocência.
Cobre-me com a pureza do ouro,
O perfume do incenso,
O bálsamo da mirra.
Quero o Natal da comunhão,
Do pão, do vinho, da doação.
Quero seguir a estrela verdadeira,
Ver Jesus nascer numa manjedoura,
Ouvir o galo da madrugada.
Quero voltar a ser criança,
Acreditar num mundo mais humano,
Mais fraterno!
Publicado no livro " Pétalas ao vento" Editora CBJE