Ah, tô Nervoso!!
- E agora, João?
- podia dar uma coisa que funciona; dá essa porcaria. Vou quebrar essa merda!
- Não, não faz isso não, João. É o seu celular.
- num tenho mãe, num tenho pai. To nervoso! Ninguém fala comigo.
- tá nervoso, João, vai pescar.
- Não, pescar com que? A minhoca comeu o anzol. Nem tô aposentado...; aposenta todo mundo neste país, menos eu.
- Calma João. Paciência! Sou advogado e vou lutar por sua causa.
- Não acredito. Num acredito em ninguém; tô nervoso. Você, doutor, sua fama não é das melhores na cidade. Eu que mandei fazer o coreto para as crianças brincarem. Elas nem sabem.
- Você tomou seu medicamento tarja preta, hoje, João?
- Não, o gato tomou. Tá vendo como ele tá tranquilo; sossegado. Parece que nem ouvi o tiroteio.
- vá descansar, é a melhor coisa que você faz.
- Não, minha mãe morreu; meu pai também. Não gosto do melhor, prefiro o pior. Vou ficar aqui; como disse o Roberto em sua cantoria: "aqui é meu lugar". Mesmo cantando para os males espantar, essa pressão destempetada e alta ainda me mata. Deus seja louvado!
Série pequeno Conto que conta Grandes lições