PORTO DE ESPERA
Toda tardinha era a mesma coisa: Chegava, simples, mas bem vestida; com um sorriso nos lábios, cumprimentava os presentes e se postava em frente ao mar, sempre do lado direito do cais.
- Será que chega, hoje, quem ela tanto espera. Seu olhar pareceu-me mais radiante do que nos outros dias. - Comentou uma vendedora de cocadas a um marinheiro que cuidava de atracar uma embarcação.
- É sempre assim, cheio de esperanças. - Respondeu-lhe o marujo.
Aos poucos, o cais foi se esvaziando até ficar apenas aquela criatura, ali, paralisada, até não mais restar qualquer embarcação à vista.
Chico Alves d'Maria