Ventos... e Cortinas...
Acreditando imitarem as vozes de demônios, ventos enfurecidos gritam e teimam em passar pelas frestas das janelas. Alguns conseguem agarrar as suas vestes e, através de pequenas aberturas, as tentam levar. Mas as cortinas resistem e se agarram aos bastões que as sustentam na esperança de não serem lançadas pelo ar. Outras não têm tanta sorte. São sugadas furiosamente e farfalham ruidosamente em pedidos de socorro. Suas janelas foram esquecidas abertas e onde os ventos as encontram, entram sem cerimônia causando grande desordem, enquanto procuram outra saída por onde escapar. Encurralados, entretanto, se acomodam como que exaustos e desistissem de a tudo devastar.
Do lado de fora, um orgulhoso e escurecido céu conta de um dia que será triste e cinzento por ter conseguido esconder o brilho do sol, enquanto com menor força e por ora sem fúria, os ventos se fazem frio intenso. Juntos, céu, ventania e friagem mudam a paisagem do lugar, resistindo a renderem-se à nova Estação que é chegada.
As ruas silenciam. As árvores que agitavam seus galhos e folhas, e como as cortinas tremulavam, se exibem hirtas, petrificadas. Talvez fingindo-se mortas para serem poupadas, caso eles resolvam voltar. Pessoas começam a reabrir suas janelas, antes fechadas às pressas, e reparam no estrago deixado nas calçadas e avenidas. Precavidas, voltam a fechá-las parcialmente e amarram com laços as suas cortinas, que parecem relaxar aliviadas.
Apesar da aparente quietude, porém, os ventos continuam perambulando, mas seus ímpetos de valentia tornaram-se em levezas e agora adentram pelas frestas como num lamento, como num sincero e choroso pedido de desculpas.
E como redemoinhos de vento, a vida segue com suas culpas...
Do lado de fora, um orgulhoso e escurecido céu conta de um dia que será triste e cinzento por ter conseguido esconder o brilho do sol, enquanto com menor força e por ora sem fúria, os ventos se fazem frio intenso. Juntos, céu, ventania e friagem mudam a paisagem do lugar, resistindo a renderem-se à nova Estação que é chegada.
As ruas silenciam. As árvores que agitavam seus galhos e folhas, e como as cortinas tremulavam, se exibem hirtas, petrificadas. Talvez fingindo-se mortas para serem poupadas, caso eles resolvam voltar. Pessoas começam a reabrir suas janelas, antes fechadas às pressas, e reparam no estrago deixado nas calçadas e avenidas. Precavidas, voltam a fechá-las parcialmente e amarram com laços as suas cortinas, que parecem relaxar aliviadas.
Apesar da aparente quietude, porém, os ventos continuam perambulando, mas seus ímpetos de valentia tornaram-se em levezas e agora adentram pelas frestas como num lamento, como num sincero e choroso pedido de desculpas.
E como redemoinhos de vento, a vida segue com suas culpas...
__**__
"Ventos e Cortinas" é uma história real, acontecida no exato dia em que a publiquei. As metáforas e analogias, que a fizeram parecer fictícia, foram utilizadas para enriquecer a narrativa, tornando o texto poético. E o Conto acabou de ganhar uma interação do meu amigo e Poeta Arthur Ghuma, que, honrada, adiciono com carinho!
Obrigada, Ghuma!
"Ouço a voz do vento cantando
Sibilando na vidraça da janela
Não é um açoite, é um sorriso
Espantando, limpando o ar
Revelando a nudez da alma
Espargindo harmonia
Um cantar...
Então ria...
Não sinta pena de si mesmo
Todo dia deve ser algo novo
O riso ajuda você a limpar o ar..."
(Arthur Ghuma)
Imagem: Google