CANSAÇO
Cada passo é um amontoado de pedregulhos se espalham, estão por toda a parte. Vida? É rara. Algumas ervas daninhas resistem, mas estão fadadas à morte. O que faz ali? Não pode sair. Há quem chegue, há que vá. Mas ele permanece lá. Cuidando, suando, chorando, sorrindo - ainda que seja para fingir simpatia.
Quando surgem as estrelas é o tempo de descansar, mas só às vezes. Mantém-se acordado para não correr o risco de deixá-lo passar. Que vida, hein...
Trabalha, trabalha e trabalha.
Não fazia tanto tempo que lá resolveu ficar, uns dois meses. Contra a própria vontade. Caso não fosse, passaria fome e a morte veria as vidas de sua vida. Mas... já nem tinha vida.
Estava cansado, mas não do cansaço que já estava acostumado...
Rumou os trilhos, partiu sem embarcar no trem.