CANSAÇO

Cada passo é um amontoado de pedregulhos se espalham, estão por toda a parte. Vida? É rara. Algumas ervas daninhas resistem, mas estão fadadas à morte. O que faz ali? Não pode sair. Há quem chegue, há que vá. Mas ele permanece lá. Cuidando, suando, chorando, sorrindo - ainda que seja para fingir simpatia.

Quando surgem as estrelas é o tempo de descansar, mas só às vezes. Mantém-se acordado para não correr o risco de deixá-lo passar. Que vida, hein...

Trabalha, trabalha e trabalha.

Não fazia tanto tempo que lá resolveu ficar, uns dois meses. Contra a própria vontade. Caso não fosse, passaria fome e a morte veria as vidas de sua vida. Mas... já nem tinha vida.

Estava cansado, mas não do cansaço que já estava acostumado...

Rumou os trilhos, partiu sem embarcar no trem.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 24/02/2021
Código do texto: T7192414
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