Quem vai dizer que é mentira?

Nunca teve um zero boi na profissão.

Toda vez vinha com um troféu. E só dava primeiro lugar.

A sala da casa? Tinha para mais de 30 troféus.

- Igual a mim nunca existiu. Se gabava o orgulho da cidade. Já tinha até uma praça reservada para colocar seu nome quando morresse.

Mas, um dia o telefone da casa de Zé Cavaleiro tocou e quem atendeu foi o cunhado.

- Alô! Não. Ele não está. Quer deixar recado? Hummm. Sim. É mesmo? Eita. Deixa que eu aviso.

E ele avisou. Tocou nos quatro cantos da cidade que Zé Cavaleiro comprava os troféus lá na capital.

Não deu outra. O povo caiu de pau e pedra em cima de Zé. Mas, ele nem ligava. Tinha na mente cada lembrança mentirosa de uma vaquejada que nunca correu. E se insistissem que ele estava mentindo. Ele contava tudo de novo, nos mínimos detalhes. Sem tirar nem por.

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 03/07/2020
Reeditado em 03/07/2020
Código do texto: T6994975
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