No ventre do Sertão
Abriu a porta e contemplou novamente a paisagem. Amarelo incandescente caía devagar sobre arbustos que pelejavam o verde. O caminho de chão serpenteava poeirento até se esconder atrás da colina de curvas queimadas de estiagem. A brisa preguiçosa esforçava-se pra levantar o pó que subia apenas um palmo do chão para cair de volta sobre algumas pegadas que insistiam seguir para uma jornada corajosa. Era uma vista de falência que se fazia bonita pelo céu espalhado sem margens com toda a força do azul. Letárgica, com o corpo entalhando o vazio da porta e os cabelos em maresia, imperceptivelmente, lambia os lábios ressequidos sem perceber que também os olhos trincavam sem frescor. Ta qual aquela imagem descortinada adiante, assim se comportava; desolada nos pensamentos, árida de sentimentos e sem a perspectiva de tempestade para varrer a calma aparente.