Em Busca da Memória

Vagou pelas ruas próximas ao albergue, tentando encontrar algo que o ajudasse a se lembrar do que quer que fosse, que lhe mostrasse um ponto de partida na guerra que declarou à saudade. Não conseguia se lembrar, apenas vultos cercavam sua memória, espectros ainda sem nome ou rosto, sons vagos arranhavam suas lembranças. Uma risada infantil, uma ofensa adulta, um sabiá alegre. E um barítono apito de trem, constante, ouvido mais com o estômago do que com os ouvidos. Andou durante todo o dia, evitando os lugares que já conhecia, atento a sinais, construções, pessoas, ruas, cores e cheiros.

Alexandre Anastasia
Enviado por Alexandre Anastasia em 08/12/2013
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