SALVE-SE QUEM PUDER!

O enorme navio adernou de lado e então, começou a afundar naquele mar traiçoeiro e escuro. A sorte estava lançada, sem retorno e prometia fazer daquela viagem o túmulo dos navegantes. Enquanto isso, dentro do navio, a esperança se prendia por um fio cada vez mais tênue, esticada pelo som dos gritos de desespero.

- Abandonar o navio! Rápido! - Berrou o capitão. - Mulheres, velhos e crianças primeiro!

Um marinheiro novato, que estava ajudando uma mulher e seus seis filhos a saírem do navio, aproximou-se e disse:

- Como o senhor é humanitário, corajoso e destemido Capitão!

- Não seja tolo, marinheiro! Se os tubarões estiverem de barriga cheia, eles não vão querer saber da gente!

Celso Pesan
Enviado por Celso Pesan em 23/02/2009
Reeditado em 27/10/2012
Código do texto: T1454041
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.