Raios do céu
Lá nas palmeiras, raios traçantes cruzam o céu. Alumia o horizonte, inflamam à tarde, quem tem o brio que segui-las? Omitem-se às violas, pandeiros e agogôs; não há canto, não há dança, só os instrumentos e os estridentes trovões...
Roças, pequeninas roças, caminhos de ida e de volta. Passam nelas vidas, histórias, mortes. O cortejo fúnebre, mais um que partiu, as romarias contritas, pedindo graças, o choro apoteótico, mais um que vem integrar-se a nós.
O céu é quem rege a comunidade, todos sempre olham para o céu. Está chovendo? Raios caem? A vida da prisão e da liberdade.