TERROR NOTURNO

Certa noite acordou inquieto. Pela casa um ser se deslocava em meio à escuridão. Mesmo com a opacidade acentuada pelo alto grau de miopia, nitidamente notou uma luz piscando à altura do peito da criatura. Tratou de cobrir o rosto e fingir um sono que nunca viria. Rezou em busca de uma surdez momentânea ou de um avanço veloz rumo à manhã carregada de luz reparadora. Sentiu um leve roçar no pé descoberto. Abraçou num grito o medo, camarada inseparável nos lampejos de consciência de quem teme a noite.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 26/10/2015
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