Viagem-relâmpago

SHOW

O coelho não saiu da cartola e com as cartas se embaralhou todo. Ainda avaliava se serraria a assistente ao meio ou não - ela não era lá essas coisas mesmo...

SELVA

Ouvidos atentos. Olhos abertos. Nada é o que parece ser. O tronco morto é uma sucuri. A folha seca, uma jararaca. A morte aqui tem muitas caras.

BOAL

Meus senhores, antes de sentarem em suas confortáveis cadeiras um aviso: pedimos que todos deixem a sua verdade na entrada. No teatro é tudo mentira. Até a verdade.

BILHAR

Uma bola curva? Impossível! Mas aconteceu. Todo o dinheiro que ele tinha se foi. Pagou pra ver. Sairá humilhado do bar, mas não sem antes quebrar o taco na cabeça daquele safado.

AZAR

O gato cruzou o seu caminho, debaixo da escada, assim que ele tropeçou naquele espelho que se quebrou em mil pedacinhos. Mil pedacinhos de sorte dizendo adeus.

ALAZÃO

O pelo estava todo eriçado, a cor toda ruça. A crina desfiada, as patas finas. As costelas se viam de longe. A cabeça sempre baixa. Ainda assim vai participar de uma corrida. A corrida para a fábrica de cola.