O PALHAÇO TRISTE
Valdemar era um palhaço triste que se escondia atrás, primeiro da maquiagem, depois do talento, para divertir com piadas cansadas e performances gastas, as crianças, aos matinês e os adultos, à noite.
Nas manhãs de sábado saía tristonho e solitário pelas ruas de Ipatinga e sempre sentava-se em minha cadeira de engraxate. Trazia, a olhos vistos, uma dor imperguntável por um garoto de onze anos e sempre me dizia: - Não me chame de palhaço.