ESTULTO DE CASO
Não ao passo de minha vileza –
talvez eu minta com a sutileza
que a verdade requer –
sou o herói da minha certeza,
combato toda ideia qualquer
que não me cabe na cabeça;
leio, quando leio, se leio
as vozes que eu escrevo,
nunca sequer titubeio,
frente ao debate: esperneio,
quem me dirá mais que eu?
Só ouço frente ao espelho,
é doce o que me fala,
quem precisa de argumentos?
Pra quê quem me aponte falha?
A ignorância é uma graça,
muito mais é meu autodidata.