QUE DE POESIA PREENCHAM O MUNDO

Queremos de flores enfeitar

os jardins arenosos do mundo,

sem pretensões de desintegrar

as faces alheias da vida, do tudo.

Após beijarmos o entardecer

com a poética de nossas mãos,

distribuir enlaces sem recrudescer

infantis práticas amáveis em vão.

O sempre nem mesmo é eterno,

senão seria péssima escolha

do destino, que assim transformaria

toda a poética em algum inferno

e se desintegraria frágil igual folha

sem depender daquilo que escreveria.

Por outro lado, anjos de asas brilhantes

de cristal viriam vigiar nossa poesia,

tenra inspiração perene e divina

do âmago tempestuoso e cintilante,

quiçá corrosivo ao sabor da maresia,

indizível situação que assim termina.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 09/02/2022
Reeditado em 09/02/2022
Código do texto: T7448286
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