Noturno

Pela cidade,

a poesia perambula

perseguindo a tua imagem

em versos, giros e rodeios

deslizam na distante faixa,

os aros dos pneus,

no rastro deixado

no asfalto escuro.

Um perigo!

a frenagem no molhado,

e no embaçado retrovisor,

os sonoros arcos respingados.

Um grito sufocado.

O atrito...

O impacto...

a quase noite dos teus olhos,

num lampejo atropelado.

Luzineti Espinha
Enviado por Luzineti Espinha em 23/04/2021
Reeditado em 26/04/2021
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