Poemando me
É claro, caro leitor, que eu não teria essa arrogância
E seria de mal gosto e de má jactância
De poemar-se na voz passiva aqui inventada
Fazer algo contra a língua portuguesa, essa amada
Mas deixe-me poemar-me pelo menos em sonho
Porque o poeta é um ser ora triste, ora risonho
Sonha e viaja em suas poesias
E poeta-se em tristezas e nostalgias
Mas para não soar egoísta
Aqui vai uma pista
Poemei a ela tornando-a amor único
Por isso não menti, não me fiz púnico
E poemarei ainda o amor de bom grado
Que começou e teve um lindo passado
Mas deve ainda continuar agora no presente
Para que a vida continue e o amor vá em frente!