Contrapoema
Cães vomitam ocre,
moça que abre seus sonhos
numa noite sem sentido.
Dentes, bruxismo pernicioso.
O seio capenga
que preenche o quarto.
Amor antigo
de senil contorno.
Corpo-estátua-nem-tanto,
gatos pingados chorões.
Pranto de gozo,
esfolado de sanha.
Perfume da morada rosa
que morre nos dedos,
não deixa.
No outro dia,
as narinas irmãs.
Lembranças, o retrato naftalínico
e a despedida que não
aconteceu.