Pássaros em gaiolas

Pedaços de papéis jogados no chão

Linhas riscadas sem inspiração

Pensamentos perdidos para sempre

A cada palavra escrita é uma briga com a mente

Saber escrever, tentar dizer, querer fazer

Passadas horas sentado em frente ao teclado

Olhando o monitor, buscando nas lembranças, dor ou amor

Mas a poesia não sai, o verso não vem, a criatividade se esvai

A pena, o lápis ou a caneta

Noites sem sono e mão trêmula

Beber para abrir a imaginação

Uma taça de vinho e uma trilha sonora

A saudade da amada ou do amigo de outrora

Esperando ansioso a musa sentar-se à mesa, soprar meu rosto

No rádio toca Belchior

Na rua lá fora vejo pássaros em gaiolas

meus poemas são pássaros presos, presos em gaiolas...