O POÇO

O POÇO

As elegias dos mestres são poços

De águas turvas e profundas:

Tira-se tanto a pedra, se o balde for ao fundo,

Quanto só água límpida, se o começo

É com a corda curta. O tempo vai virar:

O “turvas” dito acima, em absoluto,

Quer dizer suja, senão acerto irresoluto.

É assim no Norte: ora a estiagem é de rachar,

Noutro cai um pé d’àgua que dá dó.

Mas, a todos, é franqueado beber,

Bem como, livre se é para escolher do quê,

Até mesmo, se quiser, do pior.

Pois, em algum lugar, já ouvi dizer, outrora,

Que só se desdenha do que sobra.

Macapá-AP, 14/09/2019.

(S.C. Ribeiro Torquato)

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16/09/2019, 12:29:51 hs

Saulo C Ribeiro Torquato
Enviado por Saulo C Ribeiro Torquato em 14/09/2019
Reeditado em 19/09/2019
Código do texto: T6745011
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