DOCE MENINA
DOCE MENINA
Algumas vezes absorto, do nada,
Com uma simples ideia apenas,
Um imperfeito rabisco, uma canetada,
Saio a lançar palavras às dezenas,
Assim como faço agora.
Depois de um tempo não sei,
Aquela ideia que era só isso, outrora,
Levado sou para outra que não pensei,
Que nunca foi minha,
Mas ante tamanha majestade não resisto,
Sou forçado a dobrar-me àquela rainha,
E assim, resignado, de mim desisto.
É quando acontece algo difícil de explicar,
Porque me escapa como dizer o indizível:
Esse frenético lançar de frases no ar,
Que à evidência parece não ser crível.
Mas no quadro geral que se desenha...,
Após mirar diversos prismas gradativamente,
Sinto então a ideia sufragada, a resenha,
Que rebenta na praia do meu pensamento.
E uma vez parida, essa doce menina,
Ainda que acaso a julguem,
Terá nome e sobrenome, será alguém,
E um dia quem sabe há de cumprir sua sina.
Macapá-AP, 31/05/2019.
(S.C. Ribeiro Torquato)
TEXTO REGISTRADO EM USINAS DE LETRAS,
Número do Registro: 156682587031669100,
26/08/2019 - 10:08:31