Caverna
Para ondo dirijo
Os meus olhos
Enxergo um nada
Um ser que não é!
Dissimulação, fingimento;
Mágoas encobertas por
Um sorriso estupendo
Querendo ser visto!
Ouço gritos de socorro
De almas desesperadas!
Mas as suas bocas
Nada falam.
Seus espelhos despedaçados
Desfiguraram por filtros
Aquilo que são
E num clique está lá!
Terreno de vaidades!
Grande será vossa colheita!
Plantação de decepção
De frustração e ressentimento!
Eles dizem: preciso que
Os outros vejam!
Ver o quê?!
O que tens de ti para mostrar?!
Estão acorrentados
No fundo de uma caverna
Contemplando sombras
E tendo-as por realidade!
Não! Não!
Saia desta caverna!
Liberte-se de suas correntes!
Sede, pois, tu mesmo.
E não chamem
Louco aquele que
Libertou-se e provou
Da verdade da natureza!
Ora, certamente não
É ele o louco,
Mas tu, que podes
Libertar-se e não o faz!
És escravo de tua
Própria criação
De algo tão pequeno
Inexistente!
Devotas todo teu dia
Tuas conquistas e alegrias
Neste algo, neste senhor.
Sim! Teu senhor.