Caverna

Para ondo dirijo

Os meus olhos

Enxergo um nada

Um ser que não é!

Dissimulação, fingimento;

Mágoas encobertas por

Um sorriso estupendo

Querendo ser visto!

Ouço gritos de socorro

De almas desesperadas!

Mas as suas bocas

Nada falam.

Seus espelhos despedaçados

Desfiguraram por filtros

Aquilo que são

E num clique está lá!

Terreno de vaidades!

Grande será vossa colheita!

Plantação de decepção

De frustração e ressentimento!

Eles dizem: preciso que

Os outros vejam!

Ver o quê?!

O que tens de ti para mostrar?!

Estão acorrentados

No fundo de uma caverna

Contemplando sombras

E tendo-as por realidade!

Não! Não!

Saia desta caverna!

Liberte-se de suas correntes!

Sede, pois, tu mesmo.

E não chamem

Louco aquele que

Libertou-se e provou

Da verdade da natureza!

Ora, certamente não

É ele o louco,

Mas tu, que podes

Libertar-se e não o faz!

És escravo de tua

Própria criação

De algo tão pequeno

Inexistente!

Devotas todo teu dia

Tuas conquistas e alegrias

Neste algo, neste senhor.

Sim! Teu senhor.

Hércules Oliveira
Enviado por Hércules Oliveira em 02/09/2019
Código do texto: T6735880
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