Nosso plano metafísico

Escrito em 30/3/2019

Numa folha em branco

Universos são criados e destruídos

Entropia e caos podem ser a ordem

As leis da física se dobram

Ao dom da palavra

O fogo aquece ou esfria

Fatio montanhas com as palmas da mão

A borracha que passa

Uma linha do tempo se vai

Todas as ideias vêm de uma folha em branco

Todos os planos e bagunças

A voz soa em celulose

Colapsando realidades

Destruindo ou gerando ideias

As margens da água que abrasam o gelo

As retas, planos e geometria que condensam

Darwin, D. Pedro II, Mandela contando 1, 2, 3

Bem alto sob o Everest

Todos os conceitos que não existem passam a existir

E tudo o que existe pode ser mentira também

Prefiro acreditar no mundo do meu jeito

O amor que é universal

A tolerância e o respeito

Parecem estar em decadência

No mundo de mentiras

As palavras meigas e modestas tropeçam

Cantarolam, riem, chovem, gemem, gentilmente

Como meninas criadas em páginas

Que nem nasceram na verdade

A natureza e a imaginação, uma empurrando a outra

A essência humana escrita, impressa, grafada

Exposta ao mundo, imposta por nós

Esperanças e sonhos, ainda que sejam pensamentos

Conseguem voar para fora das páginas

Na minha folha em branco

Todos os corações batem com o mesmo desejo

A Terra treme ao batimento cardíaco global

A verdade, o amor, o futuro

Não passam de ideias em folhas

Que devemos espalhá-las pela natureza

Assim distorcemos, criamos, dobramos realidades

E num último verso

O Universo acaba

(São só letras)