Livre
Certas paixões (não tão certas)
açoitam, humilham e acorrentam,
mas a poesia liberta.
Só a poesia me liberta
de um coração mercador,
amor nho-nhô,
mimo forçado
pagamento em quirela.
E querelas!;
Só a poesia me liberta
de um coração feitor, irritadiço,
capataz cavaleiro à galope,
capaz que nas fugas nos derrote
e arraste-nos de volta submissos
às erradas paixões,
Mas a poesia liberta!
Traz ao cativo claridades!
Com ela, rompo grades,
vislumbro imensidades
e voo alto como o condor,
maior que o feitor e o coração mercador perverso,
preso, agora somente à poesia, verso após verso.
Livre!
Livre!
escravo escrevo.
apenas do que