5 - O DEUS QUE É DEUS
A ENGENHARIA DO PLANO DA SALVAÇÃO
Deus, que tudo sabe, vê e prevê, com a ajuda de Seu Filho, através de quem e por quem foram criadas todas as coisas, arquitetou um plano para prevenir a controvérsia caso ela surgisse. A criação que fizera era completa, contendo também um plano para prevenir que ela mesma se destruísse ou o próprio Criador fosse forçado a destruí-la. Um plano para não ter que destruir qualquer dos seres inteligentes, nem ser obrigado a usar de arbitrariedade para com Suas criaturas mais elevadas, preservando o equilíbrio físico e a paz sem usar a força.
Tal plano precisava ser tão compreensível ao ponto de poder ser observado e entendido por todos os seres inteligentes. Ao findar sua execução, a Lei composta das diversas leis de sustentação do Universo (a Lei de Deus) será aclamada como perfeita e indispensável. Tal aclamação se dará como resultado da verificação razoável de todos os seres inteligentes, convictos de suas qualidades, então não restará dúvida sobre o caráter misericordioso do Criador. Todos hão de repetir: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!” – Apocalipse 15:3
Deus deu início a criação do Plano da Salvação e logo o pôs em prática, pois o mal que poderia germinar em qualquer instante estava prestes a manifestar-se e assim o fez de imediato, justamente por causa do plano, surgindo na mente de Lúcifer, dos seres criados, o mais próximo a Divindade. Sua mente encheu-se de ressentimento por não ter sido convidado a participar arquitetação do plano.
Mas não podia mesmo ser convidado, pois o Plano consistia justamente no antídoto para a contradição que somente podia brotar na mente de um ser criado decorrente do desejo de exaltação própria, mesmo de um ser tão próximo a Deus, como Lúcifer. No caso de um ser tão próximo, o perigo se tornava mais iminente, pois tendo posição tão elevada somente poderia ambicionar posição maior, que seria justamente a de Deus, o que nenhum ser criado pode ser, pois Deus é o Único Ser no Universo que É sem depender de outro elemento para Ser, nem mesmo do próprio Universo. Nós existimos porque fomos formados de elementos do Universo e Deus é que trouxe à existência tais elementos.
Jamais a insurreição brotaria na mente de um ser divino pelo simples motivo que não há posto mais elevado que um deles possa ambicionar, mas os seres criados podem pretender ser maior a qualquer custo, tentando isto mesmo sabendo não ser possível, implicando em desrespeitar os direitos dos outros em também ser.
Portanto, o Plano da Salvação consistia em prover uma testemunha humana para o caráter de Deus. Ele criaria um ser capaz de confiar nEle de maneira tão infalível, mesmo que tendo oportunidade para ultrapassar os limites da Lei em benefício próprio. Sentindo-se livre para ultrapassar os limites de Deus, tendo oportunidade para tal, sendo capaz de ponderar sobre as vantagens imediatas e mais distantes, bem como as desvantagens imediatas e a longo prazo, ainda assim esse ser resistiria à aparência benéfica de tomar atitudes independentes da vontade de Deus, preferindo continuar submetido aos Seus critérios, confiando que Sua forma de estabelecer os elementos é a mais aprimorada, a única que não produz efeitos negativos para uns enquanto beneficia outros. Assim, esse ser daria demonstração infalível de confiança no gerenciamento do Criador, prova racional de que reconhecia que tudo o que Ele lhe permitia era suficiente e melhor, confiante também de que Sua palavra se cumpre, independente de quanto tempo se passe.
Além do mais, obedecendo em tais circunstâncias, esse ser demonstraria que Deus dá liberdade aos seres inteligentes, permitindo que escolham fazer Sua vontade ou não. E tal liberdade é tão ampla ao ponto de permitir-lhes ainda usufruir dos resultados decorrentes de qualquer prática escolhida, sejam esses resultados negativos ou positivos. Assim esse ser daria testemunho de que a Lei de Deus pode ser cumprida pela criatura sem que esta sinta-se constrangida a cumpri-la, tampouco oprimida na prática de seu cumprimento, por ter consciência de que as restrições que ela impõe visam garantir a liberdade e bem-estar de todos.
Então Deus criou Adão. Um ser “formado do barro vermelho” (por isto Adam) inteligente, à imagem e semelhança do Criador. Todavia, com uma característica peculiar: diferente de todos os outros seres já criados no Universo. Capaz de reproduzir-se, parte fundamental do Plano, que se compunha de duas partes. A segunda parte seria executada caso o ser criado para esse fim falhasse em qualquer parte da execução. Gênesis 3:21 e João 1:29.
Wilson do Amaral