Minha Páscoa

Na Páscoa de 2016 me aproximei muito de Deus, da forma que nunca me aproximei antes.

Percebi o quanto essa escolha foi séria e nada fácil, porém profunda e de aprendizagem intensa.

Não sei muito bem se essa aproximação estava nos planos de Deus, mas aconteceu na hora certa. O momento que eu precisava de suporte. E quem não precisa ?

E eu que tinha a arrogância de pensar que tinha pouco para aprender. E aprendi.

Aprendi que por mais que eu queira é impossível ser bom, congruente e justo o tempo todo, até porque todo nosso sistema não facilita para tal. Nós vacilamos em pequenas e grandes coisas, por egoísmo, por impulso, hipocrisia...

É tão alucinante pensar em nossas franquezas e que não se tem cura ou controle total sobre elas, que faz muito sentido as pessoas olharem tanto para os erros dos outros. Essa crítica ao outro é reflexo inconsciente da própria incapacidade de mudar.

E o que a gente pode fazer né?

Aprendi com a fé, com as experiências da pós graduação e no meu dia -à-dia que primeiro nós precisamos urgentemente aceitar a condição que em qualquer momento seremos uma pessoa que não gostaríamos de ser e que o outro também tem esse direito.

Esse é o reconhecimento mais urgente para vida.

Temos que aceitar a crise, a hipocrisia e o erro, porque negar só torna maior as consequências futuras, a exigência em ser ainda melhor e automaticamente ser injusto consigo mesmo e com os outros.

Para amar é preciso autoconhecimento. E o autoconhecimento traz autoestima, coragem, confiança e generosidade.

É preciso gentileza e leveza. Não se afogue no orgulho, na lamentação e na critica. Isso envenena a alma e você acaba sozinho. Como Arnaldo Jabor fala é preciso ser idiota as vezes. Porque o idiota sabe ser feliz com o pouco e esse pouco é muito quando concreto.

Quando somos capazes de olhar para nossos defeitos, olhar para o outro fica mais fácil.

E como o Papa disse de forma inteligente, para isso foi criado o perdão!

É preciso começar se perdoando.

E pior que errar, é não corrigir o erro. E para a correção, precisamos apagar o erro e reescrever a história.

Apagar pode ser duro, dar trabalho, mas vale a pena. Isso é ser realmente humilde e corajoso.

Não precisamos ser melhores que o outro. Precisamos colaborar para a melhora do outro. Isso sim é amor.

E ai ficou mais fácil entender o: amar ao próximo como a mim mesma

E por fim aprendi que preciso cuidar de mim, dos meus pensamentos, ser generosa com meus erros e agradecer por eles. Entender que eu não tenho obrigação de mudar o mundo e nem consigo, porque o trabalho é de formiguinha mesmo. Eu preciso entender o quão pequena eu sou nesse universo e quando reconheço isso me coloco no lugar que pertenço e ai está minha grandiosidade. Como Madre Tereza diz:" Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota".

Não dá para ser perfeita, mas da para ser humilde o bastante para corrigir meus pequenos e grandes erros dia após dia. E aprendendo com cada erro, posso ser um suporte justo com o meu próximo, que é tão humano quanto eu no seu contexto de vida, com sua dor e com suas necessidades.

E ai depois de tudo isso, reflito próximo ao Natal...

Jesus renasce em uma manjedoura que é simples e pobre. Da mesma forma Ele renasce no meu coração, que também é uma simples manjedoura e é dessa forma que Ele quer estar comigo.

a A Beringhs
Enviado por a A Beringhs em 02/02/2017
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