O amor de Deus e a obstinação do homem
O amor de Deus e a obstinação do homem
Texto bíblico: Gênesis 3:8-9 e 4:8-9
Introdução:
A Bíblia revela que o homem começou dotado com a imagem de Deus. No começo Deus e o homem eram amigos. Eles andavam juntos e falavam acerca de como este planeta deveria ser povoado e desenvolvido. A terra deveria refletir a glória de Deus diante do Universo inteiro. Deveria ser o centro das atividades de Deus, em sociedade com o homem. É perfeitamente claro que Deus desejava manter comunhão com uma criatura como o homem. Salmo 8:4-5 “Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.” Vemos assim o amor de Deus demonstrado. Não obstante, o homem perdeu o seu rumo. Tornou-se um obstinado, isto é, teimoso, desobediente.
Ponto 1- Onde estás?
Texto: Gênesis 3:8-9
Apesar da obstinação do homem, da sua má escolha, aceitando desobedecer ao Criador, Deus vem em seu encalço, perguntando: “Adão, onde estás?” Sendo o Senhor onisciente, não precisaria perguntar, mas o Senhor quis dialogar com o homem e a sua pergunta continua a soar aos nossos ouvidos ainda hoje, “onde estás?” Ele se revelou a tantos vultos do passado tais como Abraão, Noé, Jeremias, Isaías, Daniel, Israel, Moisés e tantos outros e continua a nos perguntar:”Onde estás?” A Bíblia fala que o homem acha-se em um período de falta de contato espiritual com Deus. Espiritualmente falando o homem está cego. “Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não tem olhos andamos apalpando, tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e nos lugares escuros como mortos.” (Isaías 59:10)... “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...”(II Cor.4:4) Mas Deus continua se revelando através da Natureza (Salmo 19:1-3) através da Consciência. A consciência tem sido descrita como a luz da alma. Quando fazemos algo errado, logo percebemos!... A consciência é a lâmpada de Deus no corpo do ser humano. Provérbios 20:27, II Tim. 3:16. Ele se revela nas Escrituras. Temos certeza que a Bíblia é a Palavra de Deus.(Heb. 1:1) Seria impossível os homens que escreveram a Bíblia serem tão coerentes, precisos, se não tivessem sido inspirados por Deus... A certeza maior é que tudo o que eles falaram tem se cumprido. (II Tim.3:16; II Pedro 1:21) Deus também se revela em Jesus Cristo: Quando Deus perguntou a Adão, “onde estás?”, no decorrer da conversação fez a grande promessa de restauração do homem pecador; que enviaria alguém que o redimisse, isto está em Gênesis 3:15 e que se cumpriu com a vinda do Seu Filho, o Nosso Senhor Jesus Cristo, cf. Gal. 4:4-5 e João 3:16.
Toda esperança que temos da parte de Deus, toda possibilidade que temos da vida eterna, toda antecipação que temos acerca do Céu, toda possibilidade que existe de que será instalada uma nova ordem social – tudo deve ser ligado a Jesus Cristo. É quando nos aproximamos de Cristo que o desconhecido torna-se conhecido; e então experimentamos o próprio Deus. Nossas vidas limitadas, obscuras, recebem a luz da presença de Deus e daí percebemos que há algo melhor, além da confusão, das limitações e frustrações deste mundo!
O mal que nos trouxe o pecado de Adão é superado e resolvido por Cristo. Vemos aqui o contraste entre Adão e Cristo. Um trouxe Morte. Outro trouxe Vida. A que Jesus nos oferece é portanto uma vida pela graça de Deus, é uma vida livre da condenação. É uma vida eterna! (João 12:46-48, 10:10, 6:40 e 47) “Onde estás?” continua nos nossos ouvidos e mentes. Dependendo da nossa disposição em responder, vai haver diferença.
Ponto 2 – Onde está Abel, teu irmão?
Texto: Gênesis 4:8-9
O Senhor Jesus deixou muito claro nos seus ensinos sobre o cumprimento dos mandamentos que os mesmo se resumem em “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo” conforme Lucas 10:26-27, Mateus 22:36-40 e Marcos 12:31-34, está implícito que temos deveres a cumprir com o nosso próximo. Por isto Deus perguntou para Caim, depois que este matou Abel: “Onde está Abel, teu irmão?”
Através do Espírito Santo, achamos muito mais fácil amar a Deus do que a nosso próximo, isto porque somos dotados de “Ego”. Temos facilidade em amar os que nos ama. João, porém ensinou que se não amamos os irmãos o qual vemos, não podemos amar a Deus. I João 4:20-21. Jesus ensinou na “oração modelo” Mateus 6:14-15 e Mateus 5:7. Aqueles que conseguem ter o dom de misericórdia para com o seu próximo, sentem-se felizes por estar obedecendo ao Senhor. ALEXANDRE Pope orou: ”Ensina-me a sentir as dores alheias, ocultando as falhas que eu chegar a ver; para que eu seja compassivo com outros, que a misericórdia nos mostrar”. A ordem é, portanto termos não só simpatia, mas “empatia”. Sabemos não ser fácil, pois via de regra o nosso próximo é difícil! Só o poder do Espírito, agindo em nós, irá nos capacitar a atender o que nos mandou Jesus em Mateus 5:44. Vemos, neste versículo, 4 imperativos: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e perseguem”.Como estamos agindo? Deus nos pergunta hoje: “Onde está teu irmão?” Estamos matando o irmão com descaso, injustiça, inveja, ingratidão, palavras torpes, etc, etc. Vamos responder como Caim ou como Cristo nos mandou? Pensemos nesta resposta dura: “Sou porventura guardador do meu irmão? Além de mentir, quando responde:” Não sei...”“.
Conclusão:
1. Embora o ato de Adão tenha tido conseqüências terríveis e incalculáveis, temos aprendido que os nossos atos trazem conseqüências sobre os outros. Temos que atentar nisto... Assim como Adão, temos liberdade em escolher nossos atos, mas não temos a mesma liberdade para escolher e medir as conseqüências. (Ilustrar: soltar balões e provocar incêndios).
2. A vida cristã faz diferença. Basta comparar a vida do crente e do ímpio.(Salmo 1)
3. Tudo o que somos, a paz que gozamos, a vitória sobre a morte... tudo isto devemos a Jesus que no Calvário cumpriu a justiça por nós. Ele morreu por nós.
4. A maior necessidade entre os cristãos professos de nossos dias é o Amor. O grande mandamento de Jesus é que nos amássemos uns aos outros. Que tivéssemos o tipo de amor que sofre, que é bondoso, que não se deixa levar pela inveja (como Caim), que não busca os seus próprios interesses, que tudo suporta, que se emociona com a verdade. Esse é o tipo de amor que nos caracteriza? Você está no centro da vontade de Deus? Você pode responder “Onde estás?” e “Onde está o teu irmão?”
Reflitamos, pois, pedindo o auxílio de Deus. A Ele seja toda a glória, honra e louvor. Amém!
“Duro é este discurso”, quem o pode ouvir? João 6:60
Iracy Edington Santos
SV. 16/02/2003