Guardados Pelo Amor de Deus

Em Rom 1.18 a 21 lemos:

“Rom 1:18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;

Rom 1:19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

Rom 1:20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;

Rom 1:21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.”

Nesta porção das Escrituras, o Espírito Santo, falou pela boca do apóstolo Paulo, nos versículos 20 e 21 qual é o motivo de Deus se irar contra os homens ímpios que não se arrependem: eles não glorificam a Deus e nem são gratos a Ele, por tudo que percebem dos Seus atributos invisíveis e do Seu eterno poder, desde o princípio do mundo, atributos e poder estes que podem ser observados através das coisas que Deus criou.

Veja que o texto fala de atributos e de poder.

E nisto destacamos especialmente o amor, a misericórdia, a paciência, a longanimidade, a graça, a onipotência, e todos os demais atributos correlatos a estes, que fazem com que Deus seja bom até mesmo para com pecadores como são todos os homens.

Afinal, não há um único justo no mundo, desde que o primeiro homem pecou e virou as costas para o Senhor.

Deus seria totalmente justo caso julgasse e mantivesse a todos os homens de todas as épocas, debaixo das sucessivas manifestações do Seu desagrado e ira contra tal ingratidão e por falta de um procedimento santo em suas vidas.

Todavia, não somente é longânimo Ele próprio com todos os homens, como também ordena aos que se tornaram Seus filhos por meio da fé em Jesus Cristo, que O imitem especialmente nos seus atributos de amor e de misericórdia, amando o próximo como a si mesmos, inclusive seus inimigos.

Como? Deus ordena que aqueles que Lhe são gratos e que o glorificam, amem os Seus inimigos? Sim.

Ele ordena que se dê alimento e bebida para matar a fome e a sede de quem persegue os que andam retamente?

Sim. Porventura não o registrou em Sua Palavra?

Agora, veja que o argumento bíblico diz que isto torna tais pessoas ingratas e irreverentes, indesculpáveis no dia do grande Juízo de Deus. E não serão indesculpáveis por causa de uma única manifestação de bondade para com elas em face de todo o mal que praticam. Serão indesculpáveis, porque, na verdade, Deus lhes tem dado um longo tempo para se arrependerem e se converterem em face de toda a bondade e longanimidade que tem demonstrado por elas por toda uma longa vida na terra.

E são mais indesculpáveis ainda, porque o que se lhes pede para que tal quadro seja revertido é que simplesmente reconheçam a sua iniquidade e que confiem em Jesus Cristo para ser o Senhor e Salvador de suas vidas.

Tudo o que fizeram de mau, e por um longo tempo, lhes seria perdoado instantaneamente, no momento mesmo em que se convertessem a Deus.

Todavia, como não se arrependem, não se convertem, porque perseguem obstinadamente seus propósitos egoístas e malignos, não são gratos a Deus e nem o glorificam, então, apesar dEle não desistir de continuar sendo bom para com eles, não poderá ter qualquer amor de intimidade e comunhão com os tais, e nada poderá fazer, por causa da sua incredulidade, senão deixá-los entregues a si mesmos, e isto fará com que aumentem ainda mais a sua cota de pecados contra os céus e contra Deus.

Olhem para o ministério de Jesus aqui na terra, conforme o relato dos evangelhos. Por acaso não mostrou tal amor, bondade, misericórdia e poder de curar, até mesmo a ingratos e maus?

Ele revelou em pessoa, que o caráter do evangelho é realmente o de misericórdia, perdão, amor e bondade, para com todos os pecadores, e demanda o mesmo procedimento por parte de todos os Seus discípulos; e isto está sendo manifestado no mundo até agora, e até o último instante da vida de cada pessoa que tem passado por aqui.

Ora, em face de tudo isto, o que devemos pensar, quanto ao juízo eterno de fogo a que ficarão sujeitos todos os que permanecem ingratos e maus, perante o Senhor, e perante o seu próximo?

Haverá porventura qualquer injustiça ou maldade da parte de Deus nisto?

Todos os males que tais pessoas praticam e têm praticado, é a melhor resposta para esta pergunta.

Portanto, os que são do Senhor, devem continuar na prática do bem, inclusive para com os seus muitos ofensores, porque, afinal, há um Deus poderoso e amoroso que cuida deles e haverá de cuidar por toda a eternidade, ainda que os ímpios não se arrependam e se convertam de todos os males que praticam contra eles.

Lembremos sempre, nas perseguições que sofremos, das seguintes palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, em I Pe 3.14-17:

“1Pe 3:14 Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom?

1Pe 3:14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados;

1Pe 3:15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,

1Pe 3:16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo,

1Pe 3:17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.”

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 29/11/2014
Código do texto: T5052706
Classificação de conteúdo: seguro