Comentário de Filipenses 4.8

 
Por João Calvino
 
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4.8)
 
“Finalmente”. O que se segue consiste em exortações gerais que dizem respeito a toda a vida. Em primeiro lugar, ele recomenda a verdade, que nada mais é do que a integridade de uma boa consciência, com os seus frutos; em segundo lugar, o que é respeitável, ou santidade, porque τ σεμνόν denota uma excelência que consiste no fato de andarmos de modo digno da nossa vocação (Efésios 4.1) mantendo uma distância de tudo o que é profano: em terceiro lugar, a justiça, que tem a ver com a relação mútua da humanidade - que não injuriemos ou defraudemos a qualquer um; e, em quarto lugar, a pureza, que denota a castidade em todas as esferas da vida. Paulo, no entanto, não reconhece todas essas coisas como suficientes, se não  fizermos, ao mesmo tempo, esforço para nos tornarmos agradáveis a todos, na medida em que podemos fazê-lo legalmente no Senhor, e ter em conta também o nosso bom nome. Pois é dessa forma que eu entendo as palavras -
“Se há algum louvor”, ou seja, algo louvável, pois em meio a tal corrupção dos costumes há tão grande perversidade nos julgamentos dos homens que o elogio é muitas vezes dado ao que é censurável, e não é permitido para os cristãos sequer desejar o verdadeiro louvor entre os homens, na medida em que eles são em outro lugar proibidos a se gloriarem, a não ser somente em Deus (1 Coríntios 1.31). Paulo, portanto, não lhes recomenda tentarem ganhar aplausos ou elogios por ações virtuosas, nem mesmo a regularem suas vidas de acordo com os julgamentos das pessoas, mas simplesmente significa que eles deveriam se dedicar à realização de boas obras, as quais merecem elogios, que os ímpios, e aqueles que são inimigos do evangelho, enquanto ridicularizam os cristãos e lançam opróbrio sobre eles,  sejam, no entanto, constrangidos a elogiar sua conduta.
 
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
 

 
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 22/08/2014
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