Autonegação

 
Por João Calvino
 
Autonegação significa sobriedade, justiça e devoção.
 
1. O apóstolo Paulo, nos dá um breve sumário de uma vida bem regrada quando diz a Tito: "Porque a graça de Deus se manifestou para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós a fim de nos remir de toda maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras" (Tit. 2.11-14).
 
Paulo declara que necessitamos da graça de Deus como estímulo para nossas vidas, porém, para chegarmos a uma verdadeira adoração, devemos nos despojar dos seguintes obstáculos: primeiro, a falta de devoção à qual estamos fortemente inclinados, como também da concupiscência da carne que nos angustia e nos aflige.
 
A falta de piedade e devoção não só da lugar às superstições como a tudo aquilo que impede o santo temor a Deus. As concupiscências mundanas representam ou simbolizam as paixões carnais.
 
Paulo nos exorta a deixarmos de lado nossos desejos anteriores, os quais estão em conflito permanente com as duas tábuas da lei, e que renunciemos a todos os ditados de nossa própria razão e vontade.
 
2. O apóstolo resume todas as ações da nova vida em três grupos: sobriedade, justiça e piedade. Indubitavelmente a sobriedade significa castidade e temperança, como também o uso puro e frugal das bênçãos temporais, incluindo a paciência na pobreza. A retidão inclui todos os deveres da justiça, de modo que cada homem receba o que lhe é devido. A piedade nos separa da contaminação do mundanismo e, por meio da verdadeira santidade, nos une a Deus.
Quando as virtudes da sobriedade, justiça e piedade estão firmemente unidas, produzem uma absoluta perfeição.
 
3. Nada é mais difícil do que deixar de lado os pensamentos carnais, submeter e renunciar a nossos falsos apetites, e consagrarmo-nos a Deus e a nossos irmãos, vivendo assim uma vida de anjos num mundo de corrupção.
 
Para livrar nossas mentes de todo engano, Paulo chama nossa atenção para a esperança de uma bendita imortalidade; nos anima para que saibamos que nossa esperança não é em vão.
Assim como Cristo apareceu uma vez como Redentor, Ele virá outra vez para nos mostrar os benefícios da salvação que temos obtido.
 
O Senhor Jesus Cristo despoja nossa mente dos encantos que nos cegam, e nos impede de voltarmos a desejá-los, dando-nos um justo zelo pela glória celestial.
Cristo também nos exorta para que vivamos como estrangeiros e peregrinos neste mundo, de modo a não perdermos nossa herança nos céus. Ver Tito 2.11-14.

 
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Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 05/08/2014
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