Em que Consiste a Riqueza Espiritual e Celestial - Parte 3
Estando no caminho estreito da pobreza de espírito, do choro pelo pecado, da mansidão e longanimidade, da justificação e da justiça implantada em nós pelo Espírito, teremos também um crescimento no conhecimento da misericórdia divina.
Seremos misericordiosos (quinta bem-aventurança) para com todas as pessoas, independentemente de serem pecadoras, porque sendo também pecadores teremos experimentado, pela conversão a Cristo, as grandes medidas da sua misericórdia em nossa própria vida.
E assim não julgaremos o próximo, não apenas para não sermos julgados, mas porque saberemos por experiência própria, que não há quem não necessite da misericórdia de Deus.
Por melhor que seja o fariseu, é aos olhos do Senhor, tanto ou mais pecador do que o publicano.
Ai do homem se não fosse Deus misericordioso!
Seríamos todos instantaneamente destruídos, mas as suas misericórdias não têm fim, e se renovam a cada manhã, e por isso não somos consumidos pelos atributos da sua ira e juízo divinos.
É pelo evangelho que a misericórdia se mostra em toda a sua glória. Porque é por ele que a graça está sendo oferecida para livrar condenados da prisão eterna, e conduzi-los à plena liberdade dos filhos de Deus.
Então a maior prova de misericórdia pelo próximo é lhe anunciarmos o evangelho de Cristo, por amor das suas almas.
E fazer isto sem qualquer distinção de pessoas ou preconceitos, porque isto contraria o caráter mesmo do evangelho, em seu aspecto de ser o veículo da misericórdia divina para todos os pecadores, grandes ou pequenos.
À medida que se progride no conhecimento, por experiência pessoal, das virtudes de Cristo, surge no cristão, o desejo de mantê-las puras, sem qualquer mistura, com as obras das carne que se lhas opõem.
Como por exemplo.
Não deixará que a maledicência conviva com um falar santo.
A ira injustificada com a longanimidade.
A soberba com a humildade.
Enfim, tudo o que é vil, com o que é precioso aos olhos de Deus.
Fazendo assim, valer e prevalecer cada vez mais um procedimento santificado em sua vida.
O coração limpo ou puro, traz a sexta bem-aventurança de se ver a Deus, conforme a promessa embutida em Hebreus 12.14 de que os que se santificam verão a Deus.
Um coração puro é portanto um coração santificado pela Palavra de Deus, porque somente ela é o instrumento da nossa santificação, e o seu agente, o Espírito Santo.
Então teremos o cuidado diligente de nos aplicarmos à prática de toda a Palavra. Nós a amaremos, honraremos, observaremos e cumpriremos.
E enquanto estivermos empenhados neste trabalho, ainda que sujeitos ao pecado, que remanesce na nossa velha natureza, nós seremos considerados pelo Senhor, como os puros de coração aos quais a bem-aventurança se refere.
Um coração puro terá uma vida pura, como se ordena em II Cor 7.1:
“Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.”.
Jesus não disse que bem-aventurados são os que forem purificados dos seus corações no céu para poderem ver a Deus; mas que bem-aventurados são os que são puros de coração neste mudo, porque estes, e somente estes podem ter a certeza de que verão a Deus no céu.
O conjunto destas seis bem-aventuranças já citadas será completado por mais duas, mas somente por estas pode ser dito que estamos diante de um cristão, que as possuindo, somente se pode dizer dele que é bem-aventurado, tanto diante de Deus quanto dos anjos e dos homens.
Mas para que seja completo, deve ser um promotor da paz de Jesus neste mundo de ódio e trevas.
Ódio, pasmem! Contra o próprio Deus.
Porque a natureza terrena humana (de qualquer pessoa) está indisposta contra Deus. É sua inimiga como afirma a Bíblia, independentemente do querer do homem.
Há uma guerra contra Deus. Há um estado de rebelião que pode ser extinto e apenas apaziguado por meio da fé em Cristo, que nos reconcilia com Deus.
Assim, todos aqueles que agirem em prol desta reconciliação, pela oração e pregação do evangelho em favor de toda a humanidade, serão conhecidos como filhos de Deus, porque é o próprio Deus, que ama ao homem, seu inimigo, e o procura incansavelmente para conduzi-lo a uma condição espiritual de paz.
E como o apóstolo afirma em Rom 5.1, é por meio de Cristo, pela justificação que é pela fé nele, que temos paz com Deus.
E esta paz é para ser oferecida a todos, sem distinção, porque é este o desejo do Senhor.
Por isso é que se afirma na sétima bem-aventurança que serão chamados de filhos de Deus, todos aqueles que se empenharem no trabalho de evangelização, quer pela intercessão, quer pelo serviço ao próximo, pela pregação e ensino do evangelho.
Porque este é o meio de se conduzir os pecadores à paz com Deus, transformando-os de inimigos em amigos de Deus.
É a esta paz que nosso Senhor se refere.
Finalmente, seria de se esperar, se é este o resultado positivo do evangelho, que os seus promotores fossem achados em vida tranquila e sempre sossegada neste mundo.
Achados em alturas espirituais abençoadas nas quais seriam intocáveis pelo mal.
Todavia, é justamente por serem assim bem-aventurados, e por conduzirem muitos outros à bem-aventurança, que despertam a fúria do arqui-inimigo de Deus, Satanás, o diabo, e seus anjos caídos.
Então, em vez de se afirmar que a perseguição que sofrerão por amarem a Deus e a justiça de Cristo e do evangelho, que isto seria uma desventura, ao contrário, nosso Senhor a confirma como sendo a causa da oitava bem-aventurança, porque estas perseguições que sofremos com paciência cristã, por motivo da prática fiel da justiça do evangelho, contribuirão para o aumento dos nossos galardões, e serão exatamente elas que confirmarão a nossa entrada no reino dos céus.
Afinal, comprovamos para nós mesmos, que somos de Cristo, quando sofremos juntamente com Ele as injúrias e perseguições, que são levantadas por causa do nosso testemunho do evangelho.
É na nossa identificação com nosso Senhor, nos Seus sofrimentos, no carregar paciente diário da cruz, que temos a testificação do Espírito Santo, com o nosso espírito, que somos de fato filhos de Deus, porque, de outro modo, não poderíamos suportar tais perseguições com paciência. É o poder do Espírito Santo em nós, que nos capacita a isto.
Além disso, somos bem-aventurados, porque as tribulações refinam a nossa fé, e promovem o nosso amadurecimento espiritual no crescimento da graça e do caráter e virtudes de Jesus, que são melhor implantadas em nós, quando o nosso ego é quebrado pelo fogo da provação.
Por isso tanto nosso Senhor, quanto Tiago, dizem que devemos ter por motivo de grande alegria o passarmos por várias provações.
O bom soldado de Cristo suporta o sofrimento como se afirma em II Tim 2.3; sofrimento este que lhe sobrevém no bom combate da fé.
Jesus nos exorta à fidelidade mesmo em face da morte porque nos tem prometido a coroa da vida em Apo 2.10.
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