As Superiores e Eternas Bênçãos Espirituais
Paulo, como em todas as suas demais epístolas, orou para que a graça e a paz fossem dadas aos efésios pelo Senhor, como lemos no segundo versículo de Efésios 1.
A paz é fruto da graça, e por isso sempre vêm juntas, porque a paz que é tão desejada não pode existir sem a graça do Senhor nos nossos corações, dirigindo a nossa vida.
Logo em seguida, Paulo não fez qualquer menção a circunstâncias em que estivessem vivendo os cristãos efésios, e tendo simplesmente lhes chamado na saudação inicial de santos e fiéis em Cristo Jesus, passou a exaltar e a bendizer a Deus Pai por todas as bênçãos espirituais com as quais abençoou os cristãos nas regiões celestes em Cristo, como se vê em Ef 1.3.
Note que os apóstolos nunca fizeram qualquer menção em seus escritos a promessas de bênçãos materiais que nos tenham sido feitas em caráter absoluto na Nova Aliança, ainda que estas nos sejam também concedidas por Deus, como acréscimo ao fato de buscarmos em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça.
É fácil entendermos porque não há promessas específicas e absolutas quanto á concessão de bênçãos materiais para os cristãos na Nova Aliança, conforme havia na Antiga.
Em primeiro lugar porque a quase totalidade delas está ao alcance das mãos.
Elas são deste mundo.
São obtidas como recompensa do nosso próprio trabalho e esforço. E a quase totalidade das coisas que são providas por Deus para o nosso sustento, fazem parte do mundo natural que Ele criou nos seis dias da criação, e elas se reproduzem no mundo animal e vegetal; e as minerais, como por exemplo a água, foram espalhadas por Deus por sobre toda a superfície da terra, ao alcance de todos os homens, sejam eles cristãos ou não.
Uma outra razão para não existir qualquer ênfase na doação de bênçãos materiais como uma promessa da Nova Aliança, para a Igreja, consiste no fato de que tudo o que é material se desfaz pelo uso e tudo passará um dia, e além disso não poderemos levar conosco nenhuma destas coisas materiais quando sairmos deste mundo, nem mesmo o nosso corpo físico.
No entanto, as bênçãos espirituais não são deste mundo, e dizem respeito à vida eterna, porque elas são eternas em sua própria natureza.
Elas são recebidas a partir do céu e por um ato doador e específico de Deus para aqueles que as buscam pela fé.
De modo que somos incentivados por Jesus a buscar não o alimento que perece, mas aquele que subsiste para a vida eterna. E a não ajuntarmos tesouros na terra, mas no céu.
Ninguém deve ser insensato de chegar a pensar que não precisa de bens materiais, especialmente os necessários ao sustento do corpo. O próprio Jesus afirmou que o Pai sabe que necessitamos destas coisas materiais, mas Ele também disse que são aqueles que não conhecem a Deus que têm os seus corações naturalmente dispostos somente para estas coisas.
O cristão não deve portanto se deixar dominar por nenhuma delas, e fazer de quaisquer delas o seu objetivo de vida, senão somente o reino de Deus e a sua justiça; sabendo que o Senhor acrescentará estas coisas àqueles que Lhe forem fiéis enquanto eles se empenham em trabalhar exaustivamente no que tiverem sido chamados por Deus a fazerem neste mundo.
É dito pelo apóstolo Paulo que as bênçãos espirituais são obtidas nas regiões celestiais em Cristo Jesus, a saber, elas nos vêm a partir do céu e elas nos vêm de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem se encontram, e de quem procedem todas estas bênçãos.
Por isso estas bênçãos são exclusivas para aqueles que crêem em Cristo e que se encontram unidos a Ele. São bênçãos para aqueles que são da Igreja de Cristo, para os Seus santos (Nota: quando a Bíblia se refere à igreja, não é nenhuma instituição ou estrutura secular que estão em foco, mas a reunião dos cristãos em determinado local para a cultuarem a Deus).
As bênçãos espirituais são dadas aos homens por causa do ato de Deus em Jesus Cristo, conforme planejado no conselho eterno da Sua própria vontade divina, e são concretizadas pela operação do Espírito Santo na própria vida dos cristãos, daí serem exclusivas para os que são da Igreja, porque somente os cristãos têm a habitação do Espírito Santo.
Paulo se referiu à eleição como sendo a primeira e principal causa das bênçãos espirituais que os cristãos têm nas regiões celestiais em Cristo Jesus, e, porque ela é a razão de todas as demais bênçãos espirituais que serão concedidas por Deus ao eleito, a saber, a justificação, a redenção, a regeneração, a santificação, os dons e o fruto do Espírito Santo, e a glorificação.
Estas bênçãos espirituais não podem portanto ser experimentadas por aqueles que permanecem no mundo, pertencendo ao mundo, porque se diz delas que são celestiais, e portanto, são concedidas àqueles que se tornaram pela fé em Cristo, cidadãos do céu.
Estas bênçãos estão projetadas por Deus para preparar os cristãos para o céu, conforme Ele havia planejado desde antes da fundação do mundo.
Por isso não devemos fixar a nossa atenção e afetos nas coisas terrenas, mas naquelas coisas pelas quais nós somos santificados em Cristo, porque fomos projetados para sermos como os anjos, por toda a eternidade, os quais não são dependentes de nenhuma coisa criada para que sejam sustentados em vida, senão somente da graça e da glória de Deus, que eles têm em plenitude.
Todos os cristãos devem ser santos; e, se alguém não tiver sido santo na terra, jamais será santo no céu. E ninguém poderá ser santo sem estas bênçãos espirituais que nos são concedidas somente por Cristo.
Tendo se referido às bênçãos celestiais que os cristãos têm em Cristo, Paulo passou a descrever que bênçãos são estas, no verso 4, e iniciou pela eleição que Deus fez antes da fundação do mundo daqueles que deveriam ser santos e irrepreensíveis diante dEle em amor, os quais foram predestinados para Si mesmo, para serem Seus filhos por adoção, por meio da união deles com Jesus Cristo.
Ou seja, Deus desejou este resultado. Ele planejou isto. Ele assim o quis, em Seu próprio Ser divino, antes dos tempos eternos.
Ele criaria a humanidade para se prover de filhos amados semelhantes a Jesus Cristo.
E Deus fez isto segundo o bom desejo da Sua própria vontade, de maneira que esta escolha não foi causada por nada externo ou pelos próprios eleitos, senão exclusivamente pela Sua soberana vontade, como Paulo afirma no verso 5.
O propósito desta eleição e adoção em amor, e o trabalho de santificação por Ele realizado de maneira que estes eleitos sejam santos e irrepreensíveis, traz muito louvor à glória desta Sua graça que Ele concedeu gratuitamente a estes que são transformados por ela, por causa da união deles com Jesus Cristo, como se lê no verso 6.
Todos os que atendem ao chamado à salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, são estes que a Bíblia chama de eleitos de Deus.
Este trabalho rico da graça em favor dos eleitos se tornou possível porque Jesus Cristo os redimiu dos seus pecados com o Seu sangue, como Paulo afirma no verso 7.
O texto de Romanos 8.28-30 nos ajuda a entender o modo desta eleição.
“28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;
30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.”
Este texto no diz que aqueles que amam a Deus têm todas as coisas concorrendo para o bem deles, porque os tais são chamados segundo o Seu propósito.
Estes que amam a Deus não são chamados porque O conheciam e O amavam antes da chamada deles por Deus, mas, porque Deus se revelou a Ele, por meio de Jesus Cristo e do trabalho do Espírito Santo.
Assim, eles amam a Deus porque Ele os amou primeiro.
Além disso, é dito diretamente que esta chamada é segundo o propósito eterno de Deus de adotar como Seus filhos aqueles que dentre os pecadores viessem a Lhe amar.
Todos aqueles que têm sido diligentes para a santificação das suas vidas têm recebido a graça necessária, conforme distribuída por Deus, para conhecer o mistério da Sua vontade, segundo o Seu bom desejo que propusera em Cristo, para que na presente dispensação da plenitude dos tempos, que é a da graça ou do derramar do Espírito Santo em todas as nações, faça convergir em Cristo todas as coisas, quer as do céu, quer as da terra, de maneira que Ele tenha autoridade, tanto sobre os espíritos aperfeiçoados no céu, quanto sobre os que se encontram na terra, como se vê nos versos 9 e 10.
A união com Cristo é um grande privilégio e bênção espiritual, e o fundamento de toda vida espiritual verdadeira que existe na terra e no céu.
Por causa desta união com Cristo os cristãos têm recebido por promessa de Deus uma herança incorruptível no céu, e para terem a certeza de que serão herdeiros juntamente com Cristo, conforme Deus havia predestinado desde antes da fundação do mundo, para que assim fosse, conforme o conselho da Sua vontade, o Espírito Santo habita nos cristãos como um selo e penhor divino de que entrarão de fato na posse desta herança que eles alcançaram por causa da união deles com Cristo, como se vê nos versos 11 a 14.
O conselho da própria vontade de Deus é tudo aquilo que Ele tem planejado desde toda a eternidade conforme a Sua exclusiva autoridade e soberania.
Quanto à nossa salvação nós vemos em Hebreus 6.17 que este conselho é imutável.
Em Atos 2.23 nós vemos que Jesus foi entregue por nós conforme o conselho determinado e presciência de Deus.
Em Atos 4.28 é dito que a perseguição de Herodes, de Pilatos e do povo contra a Igreja estava acontecendo conforme Deus havia predeterminado no Seu conselho eterno, porque Ele planejou que o evangelho avançaria em meio a perseguições e oposições, para que Ele receba muita glória nas vitórias sobre os poderes que se opõem à Sua santa vontade.
Em Atos 20.27 nós vemos Paulo afirmando aos Efésios que não havia se esquivado de lhes anunciar todo o conselho de Deus.
A palavra boulê usada no original grego para conselho, no texto de Ef 1.11 é a mesma que é usada em todos estes demais textos, que acabamos de citar.
Então as ações contra a Igreja já estavam determinadas por Deus desde antes da fundação do mundo, como vemos em At 4.28, para a Sua exclusiva glória, pelo testemunho dos Seus servos no amor a Ele e à verdade, na medida em que teriam a fé deles aperfeiçoada por estas tribulações, que vêm aos cristãos como oposições de Satanás.
O nosso texto de Ef 1.11 diz que os cristãos foram feitos herança do Senhor por terem sido predestinados de acordo com o propósito de Deus, que foi feito segundo o conselho da Sua própria vontade.
É declarado quanto à salvação dos que crêem em Cristo, que o caráter do decreto eterno é imutável, isto é, os que foram salvos, jamais poderão perder a condição de filhos de Deus porque foram marcados por um conselho que é imutável e absoluto quanto a isto.
De igual modo é também imutável o conselho quanto ao crescimento destes eleitos na graça e no conhecimento de Jesus, mas ele não é absoluto quanto à sua execução relativamente a todos os cristãos, porque este crescimento não dependerá somente da vontade de Deus, mas também do empenho e diligência de cada cristão em santificação.
Ainda que esteja determinado que todos eles serão perfeitos em santidade na glória, porque Deus é santo, e importa que Seus filhos sejam santos, no entanto, enquanto eles estiverem neste mundo se verá mais progresso em santidade em uns do que em outros.
E aqui se revela que eles devem crescer por um ato de escolha voluntária, porque não há amor e obediência verdadeiros que não sejam voluntários.
Isto implica a necessidade de cooperação com o trabalho do Espírito Santo para que haja crescimento espiritual.
Em Apocalipse 10.6 nós lemos o seguinte:
“e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora,”.
A humanidade está em contínuo processo de criação através dos séculos, com a geração de novas pessoas, mas se diz que Deus tudo criou, com o verbo criar no tempo passado, indicando uma ação concluída, como vemos no texto de Apocalipse 10.6 que acabamos de citar.
Isto indica que tudo chega à existência no tempo, mas tudo já foi visto por Deus como criado no Seu próprio planejamento eterno, conforme o conselho da Sua vontade.
Assim, o que virá a ser ainda, já foi conhecido por Ele em Sua presciência.
Tudo o que vier a ser já se encontrava em latência na mente de Deus, assim como um arquiteto tem todo o planejamento de um edifício em sua mente, antes de construí-lo.
Podemos por assim dizer, que todos os seres morais que chegam à existência, á se encontravam criados na imaginação e vontade de Deus, antes de serem formados por Ele no tempo da chegada que Ele previu para cada um deles a este mundo.
Há este controle perfeito do Senhor sobre os seres morais, porque eles têm um espírito, tal qual Deus é espírito, e assim não poderiam ser o fruto de uma geração espontânea ou meramente natural, porque também são seres espirituais além de terem um corpo natural.
Isto não significa que houvesse algum bem prévio ou mérito nos eleitos, porque quanto ao pecado, como ensinam as Escrituras, são tanto pecadores e culpados como os não eleitos, sendo salvos gratuitamente pela graça que está em Cristo Jesus.
É realmente muito fascinante sabermos que Deus criou os seres morais à Sua imagem e semelhança.
Eles estão dotados desta capacidade de juízo próprio, de direção própria, de determinação própria, em escolhas que podem fazer pelo exercício da razão e da imaginação.
Temos então em cada ser moral criado, uma personalidade específica e definida. Cada um deles é único e são distintos uns dos outros.
E é por isso que alguns afirmam erroneamente que Deus arriscou em havê-los criado, porque muitos deles poderiam por esta característica de direção própria, determinarem caminharem afastados da Sua vontade.
Dizemos que não houve erro porque tudo isto estava planejado nos conselhos eternos de Deus, de maneira que estes vasos rebeldes são enchidos com a Sua ira, para manifestar neles o Seu poder como Juiz e Vingador do mal. A criatura que não honra o seu criador é também desonrada por ele.
É a isto que Paulo quer se referir em Romanos 9, quando diz que Deus criou vasos para honra, que são os eleitos; e vasos para desonra, que são os não eleitos.
Deus sabia de antemão e desejava este efeito, de maneira a exibir tanto a sua misericórdia, graça e amor nos eleitos, que salvou de suas misérias no pecado, como o Seu grande poder em julgar e condenar ao sofrimento eterno aqueles que resistem à Sua vontade; apesar de não ter nenhum prazer em fazer isto, porque não criou nem anjos, nem homens, para serem rebeldes, e prova isto os sujeitando aos Seus juízos, porque são responsáveis perante Ele pelo uso da liberdade que receberam, e que deveriam colocar debaixo da Sua instrução e governo, por uma obediência voluntária em amor.
Os cristãos estão portanto, selados e marcados pelo Espírito Santo, como propriedade de Deus, para serem resgatados no tempo oportuno.
Eles têm parte desta herança celestial garantida pela presença do Espírito Santo, que é o penhor de que haverão de receber a recompensa plena no futuro.
A habitação do Espírito Santo é também um penhor de que a santificação que Ele está operando agora será uma santificação perfeita na glória, quando os cristãos entrarem na posse da plenitude da herança deles no céu.
A alegria e o consolo que são gerados no presente pelo Espírito são também um penhor daquela alegria e consolo que serão perfeitos no céu.
Tudo isto foi comprado para os cristãos pelo sangue de Cristo.
A herança que nos foi prometida antes da fundação do mundo foi perdida por causa do pecado, mas Cristo comprou a nossa hipoteca e a resgatou para nós, pela redenção do Seu sangue, que foi o preço da compra ajustado para que pudéssemos ter o resgate da posse da nossa herança, que havia sido perdida, e que Cristo recuperou para nós.
Depois de ter falado da obra que Deus fez em favor dos cristãos através de Cristo, Paulo orou na parte final deste capítulo pelos efésios, dando graças a Deus pelo que Ele havia feito por eles, e para que continuasse operando em suas vidas, dando-lhes espírito de sabedoria e de revelação dEle, através da iluminação dos seus olhos espirituais, para que pudessem conhecer qual era a esperança da vocação deles, e as riquezas da glória da herança deles nos santos, e também qual é a suprema grandeza do poder de Deus para com os cristãos, segundo a força do Seu poder, como lemos nos versos 15 a 19.
Poder este que Deus manifestou no próprio Cristo quando o ressuscitou dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo principado, autoridade, poder e domínio, tendo sujeitado tudo aos pés de Cristo, dando-o como Cabeça à Igreja, a qual é o seu corpo e a Sua plenitude, como lemos nos versos 20 a 23.
Veja que nos versos 15 a 19 se fala em relação aos cristãos que eles devem ter espírito de sabedoria e revelação da pessoa do próprio Deus; iluminação dos olhos espirituais, para o conhecimento das coisas espirituais relativas àquilo que eles devem ser e da herança que têm em Cristo; e finalmente conhecerem de forma também experimental qual é o poder de Deus que neles opera.
Isso tudo fala de vida de experiência com a realidade das coisas espirituais que estão em Cristo.
Isto é muito mais do que mero conhecimento intelectual.
Não se fala de mente de sabedoria e revelação, ainda que isto esteja incluso, mas de sabedoria e revelação de espírito, uma vez que toda sabedoria e revelação de Deus são feitas ao nosso espírito pelo Espírito Santo.
Este poder espiritual foi manifestado em Cristo e tem sido manifestado por Deus na Igreja, porque esta é o corpo de Cristo, e tem sido por meio dela que o poder de Cristo tem se manifestado na presente dispensação.
O conhecimento do poder de Deus por experiência pessoal e real com o Espírito Santo é absolutamente necessário para um caminhar íntimo e constante com Ele.
É da vontade de Deus que conheçamos o poder da Sua graça operando em nosso espírito de maneira experimental.
É uma coisa difícil trazer um espírito a crer em Cristo e a confiar na Sua justiça e esperança de vida eterna.
Somente o poder do Todo-Poderoso poderá fazer tal trabalho nos pecadores.
O caráter deste poder é o mesmo que ressuscitou Jesus dentre os mortos, e assim não é fácil defini-lo com palavras. Não serão portanto palavras persuasivas de sabedoria humana que poderão fazer este trabalho de conversão e de santificação, senão somente o poder operante de Deus.
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