SEPTUAGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

SEPTUAGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

O estudo cristológico e teológico afirma, veementemente, que os relatos dos evangelhos nem todos são realmente tudo o que Jesus ensinou. Nesse estudo que vem acontecendo há muitos anos e se aprofundando cada vez mais junto com o progresso da ciência e do mundo moderno, descobriram que há relatos dos anos vinte, [da sua vida pública], quando Jesus terreno vivia, que são relatados nos quatro evangelhos há muitas glosas. Outros relatos são relatados somente por dois ou três evangelistas ou simplesmente por um evangelista. Como por exemplo, em Lucas encontramos relatos que somente ele escreveu ou talvez um de seus discípulos: anunciação do anjo a Maria. A perda do menino Jesus e encontrado no templo entre os doutores da Lei. A visita de Maria a Izabel grávida de João Batista. No evangelho de João relata o caso da adúltera e o milagre da água transformada em vinho nas bodas de Caná, somente João conta essa passagem. Entretanto, quando um evangelista relata sozinho como sendo Jesus que falou, muitas vezes são outros relatores que acrescentaram em forma de catequese. São realmente canônicos, mas é um pouco difícil de aceitar que foi realmente Jesus que realizou. Esses encaixes nem sempre aparecem nos originais e que foram acrescentados depois. São relatos encaixados mais tarde por outro relator da comunidade. Quando se ler nos quatro evangelhos os mesmos com as mesmas autenticidades, realmente foram ditos nos anos vinte por Jesus. Como por exemplo: A primeira multiplicação dos pães existe nos quatro evangelhos. Jesus caminha sobre as águas do mar. [Somente Lucas não relata esse milagre]. Quando Jesus fala que todos devem renunciar a si mesmo e carregar a sua cruz para O seguir; todos os quatro evangelhos relatam cada um com a sua teologia. Jesus expulsa os vendilhões no templo, todos os quatro evangelistas relatam aquele episódio. Todos relatam com a mesma precisão a instituição da eucaristia. Um distante do outro; bem como Paulo, nas suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Todos relatam a negação de Pedro. [Já expliquei em outra aula essa negação simbólica de Pedro]. Aqui Pedro representa a todos que negaram fugindo e deixaram Jesus sozinho ser maltratado e crucificado na cruz. Todos fugiram deixando–o sozinho. Todos relatam a prisão de Jesus perante Pilatos sendo julgado, humilhado, carregando a cruz às costas subindo para o Calvário. [Essa narração existe em todos os quatro evangelhos]. O sepultamento e a ressurreição, todos relatam, inclusive as epístolas de Paulo e os Atos dos Apóstolos. Portanto, aqui, está um ponto de tirar as dúvidas de muitos a dizer que Jesus foi um mito. Com esses relatos, que começou com Marcos pelos anos oitenta, Mateus e Lucas, nos anos oitenta e cinco e João nos anos noventa confirmam os exegetas, sem dúvidas nenhuma, há provas concretas, até na história científica, que Jesus não é um mito, mas sim uma pessoa mística. Jesus é a verdadeira exegese do Pai. Jesus deve ter morrido nos anos vinte e oito a vinte nove, pois, Ele nasceu a quatro anos antes da contagem do nosso calendário.

Naquela época, século primeiro, havia muitas ideias do Cristo, isto é, do Messias. Houve muitos que se apresentaram dizendo ser o Cristo. Todos eles foram crucificados pelo poder romano. Os romanos eram rigorosos e, quando crucificava um deles, que se dizia ser o Cristo, o poder do Estado não deixava ninguém assistir ao suplício da cruz como também retirar o corpo para sepultá-lo. Deixava o corpo apodrecer pregado na cruz. Por quê? Para não transformar em peregrinação e adoração ao túmulo como sendo Deus visitando o corpo. [Deus e senhor era César].

Nos relatos dos evangelhos, lemos que Nicodemos e José de Arimateia pediram ao governador para sepultar Jesus e ele o permitiu. Há passagens nos evangelhos que são realmente glosas e aparecem como forma de catequese, quando Jesus foi sepultado. O texto diz: “No dia seguinte - isto é, ao dia seguinte ao da preparação -, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus dirigiram-se todos juntos à casa de Pilatos. Disseram-lhe: “Senhor, nós nos lembramos de que aquele impostor disse, enquanto vivia: “Depois de três dias ressuscitarei. Ordena, pois, que seu sepulcro seja guardado até o terceiro dia. Os seus discípulos poderiam vir roubar o corpo e dizer ao povo: Ressuscitou dos mortos. E esta última impostura seria pior que a primeira.” Respondeu Pilatos: “Tendes uma guarda. Ide e guardai-o como entendeis.” Foram, pois, e asseguraram o sepulcro, selando a pedra e colocando guardas. Este relato só aparece em Mateus. Parece-nos mais uma glosa em forma de catequese, mas, na realidade não houve este pedido a Pilatos. Por quê? Ora, se os sacerdotes e fariseus tinham Jesus como ninguém para eles Jesus era simplesmente um impostor, em sua vida pública, como poderiam acreditar que ele ressuscitaria? Pilatos sendo um pagão, pior, ainda, não iria ouvir este absurdo, pois, não cria nem em Deus e nem na ressurreição. Portanto, aqui. é mais uma lenda do que mesmo relato verdadeiro. O evangelista encaixou essa lenda fazendo um colorido em forma de catequese para confirmação da fé na ressurreição. [Mt 27, 57-66].

Apareceram vários falsos Cristos, mas nenhum deles deixou discípulos, ou poder de ser verdadeiramente o Cristo, o Messias esperado por todos para nascer e estabelecer com todo poder a expulsar os romanos e dar-lhes a liberdade e independência. Por isso é que se ler nos evangelhos falando de falsos Cristos, nos relatos dos anos oitenta e noventa pelas comunidades dos quatro evangelistas.

O milagre é ação de Deus e não poder de igrejas, pastores e padres. O milagre vem do céu e não de igrejas. E Deus não está a serviço do homem, mas o homem deva está a serviço de Deus vendo no próximo. Veja o que diz o padre Zezinho.

“Jesus nunca disse que milagre deva existir, porém que isto é essencial à Fé Católica. As Igrejas de Cristo não precisam ser Igrejas do milagre para ser Igreja de Cristo, mas precisam ser Igrejas da caridade, do pão repartido para merecerem este título. O milagre é um sinal, mas não é essencial. Essência da fé é a capacidade de conviver em paz com todos os homens, a capacidade de dialogar com Deus e com o próximo e a capacidade de preocupar-se com o próximo. Da essência da fé cristã é adorar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Operar milagres não é da essência de uma Igreja Cristã. Uma comunidade pode passar cinquenta anos sem presenciar nenhum cego a ver, nenhum surdo a ouvir e nenhum coxo a andar e assim mesmo ser uma comunidade do céu, uma comunidade de Jesus Cristo. Nem a presença do milagre a torna mais santa do que as outras comunidades e nem a falta do milagre a torna menos santa.” [Pe Zezinho].

Para si crer em Jesus Cristo é preciso aceitar os valores deixados por Ele e viver a sua experiência como cristão. Eu posso passar a vida toda sem receber milagre e sem ver nenhum milagre, mas não posso deixar de crer que Jesus é o único Senhor e Salvador de toda a humanidade. Ele é o caminho que nos leva ao Pai; é a exegese verdadeira da sabedoria do Pai. Essa verdade deva ser essencial para a vida do cristão. Conhecer de fato a cristologia harmoniosa entre o Pai e Cristo na união do Espírito Santo. Não pode o cristão achar que Jesus é somente o salvador dos cristãos ou de igrejas.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 20/08/2013
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