SEXAGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.
SEXAGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.
POR HONORATO RIBEIRO.
Muita gente acha que cantar hino na igreja, ir ao culto ou à missa, podendo até receber milagre é que agrada a Deus ou está fazendo a vontade de Deus. Errou a porta, pois, não é a estreita. Se entrar pela porta estreita que é carregar a cruz com paciência ao sofrer perseguições, sofrer injustiça, carregar a cruz do dia a dia com o coração cheio de misericórdia, perdão, e amor, vencerá com a vitória em Cristo, pois soubera viver a vida Dele que foi passar pela porta estreita. [Pela qual passou Jesus]. Essa porta estreita da parábola é a porta em que Jesus entrou e destruiu a morte ressuscitando gloriosamente.
No dia da escatologia individual, muita gente vai falar perante Jesus: "Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?" E, no entanto, Eu lhe direi: Nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, operário mau!".(Mt 7, 22-23). [Operário mau, isto é, mau pastor]. Tenha cuidado, pois, hoje, o mundo está cheio de falsos profetas: Pregam a palavra de Deus, mas não vivem o que pregam. A prática do fariseísmo são as mesmas deles. São essas pessoas que entraram pela porta larga pensando que fosse a estreita. Confundem até que faz a vontade de Deus e tem fé. Cuidado!
É bom ir à igreja, onde aprendemos viver em comunhão, ouvir a palavra de Deus e os seus ensinamentos e pô-la em prática. Ouvir com atenção a homilia que o sacerdote faz após a leitura do evangelho, e por em prática. Cantar hino em louvor a Deus é muito bom e salutar, mas se não entrar pela porta estreita: fazendo caridade, ajudando os irmãos necessitados, amando-os como irmão irá escutar Jesus dizer: “Afastai-vos de mim. “Não vos conheço.” Ou você é cristão ou não é, pois ninguém engana a Deus. O cristão tem que viver em conversão e em perfeição. E a perfeição é viver crendo com fé sem vê; vendo o Cristo Jesus nos necessitados com os olhos da fé praticando obras de caridade, pois, sem essa, é difícil agradar a Deus.
Não é obra filantrópica ou caridade filantrópica, pois, essa é em nome do patrocinador e não em nome de Jesus Cristo.
Caridade sem amor não é caridade. Caridade para se aparecer e tocar a corneta, não é caridade. Veja que, quando Jesus fazia um milagre ele proibia ao que recebeu para não falar para ninguém. Jesus nunca quis se promover ou quis ser famoso. Nós é que aprendemos com o caminho largo a querer ter status sociais e a si promover. Quem é cristão deva se portar como o Cristo Jesus.
Eu assistindo a uma palestra do padre Zezinho que dizia: “Há muitos cantores religiosos, padres, que compõem músicas religiosas apenas de louvor. Não catequiza, não evangeliza ninguém, pois, falta o essencial: a mensagem evangélica da cristologia, a catequese alertando aos ouvintes como devem viver o que Jesus nos ensinou”.
O padre Fernando Cardoso, doutor em teologia, em uma de suas aulas teológicas, ele afirmou: “Todos devem conhecer o bom pastor e o mau pastor. O bom pastor é aquele que não explora dos seus fiéis para se enriquecer. É aquele que não promete milagre a ninguém indo à sua igreja a ouvir sua pregação de milagres, mas de conversão para curar a alma espiritual. O bom pastor vive no meio dos seus fiéis e ensina o caminho do Bom Pastor, Jesus Cristo, jamais ele irá mentir ou enganar seus fiéis com promessas de milagre. O mau pastor vive a mentir; mentindo sim, pois, ele não poderá garantir que aquele milagre foi Jesus que operou. Ele manda em Deus para Deus fazer a vontade dele? Deus está a serviço do mau pastor? O bom pastor não engana a ninguém e não promete aquilo que somente Deus é capaz. O bom pastor faz a vontade de Deus e não é Deus que é obrigado a atender o seu pedido de fazer milagre até cronometrado, tal dia e tal hora. Quem procede assim é o mau pastor. E isso é um absurdo, uma enganação para pessoas ingênuas que acreditam nesse tipo de pastor”. Ninguém poderá afirmar que foi a corrente de oração ou pedido de um grupo, para que haja um milagre a alguém que está doente e mal para morrer, quando esse fica bem de saúde. Deus não é objeto para agradar e atender a ninguém, pois, ele sabe o que faz e a quem ele deve atender. É falsa essa crendice. O pior dos absurdos é que a maioria dos cristãos, tanto católico como evangélicos, aplaudem e acreditam nesses maus pastores. Jesus não veio se encarnar como homem para substituir os médicos. Ele mesmo disse: “Quem precisa de médico é quem está doente”. Ele nunca disse que, quem estiver doente vá à igreja e peça o pastou para lhe curar.
Continuamos a afirmar: “Todo bom pastor é pobre e humilde e cuida bem das suas ovelhas e não deixa ninguém explorá-las”. Como também não promete milagre para as suas ovelhas, mas viver com dignidade crendo somente em Jesus que é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém poderá chegar a Deus senão por Jesus Cristo. Caminho não é geográfico, mas é Nele que encontramos a revelação de Deus; caminho que salva, liberta e conduz para o alto. Verdade é saber que só há um Deus, uma só crença, uma só salvação. Dizer que todas as religiões são boas porque falam em Deus, é afirmar que há várias verdades. Só há uma única: Jesus Cristo: Eu sou o caminho a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. [Jo 14, 6]. O verbo vir está no presente: ninguém vem ao Pai, isto é, Deus é o presente e não o ontem e o depois; Ele é o agora, o presente. Ele nos ensinou a verdade, porque desceu do céu e nos trouxe a boa nova. A verdade não é a do mundo, mas do Pai. Também não podemos afirmar que as outras religiões não agradam a Deus ou ensinam matar, roubar ou explorar do próximo. Não. Elas serão salvas, pois, Jesus morreu e ressuscitou para todos sem exceção. Não foi somente para os cristãos que ele morreu, mas para toda a humanidade.
Quando Jesus Cristo se ascendeu, antes ele prometeu o paráclito, para que tudo que ele ensinou ele revelaria aos apóstolos. “Se me amais guardareis os meus mandamentos. E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, [isto é, a terceira pessoa da Santíssima Trindade], para que fique eternamente convosco.” [Jo 14, 15-16]. O paráclito [do grego que significa consolador] está sempre presente na comunidade; não está numa única pessoa individualmente. Ele está presente na igreja, pois ele é quem a governa. Jesus disse: “Eu estarei convosco até a consumação dos séculos”. [Mt 28, 19-20]. Nisso entende-se que o paráclito prenhe do Cristo em todas as ações místicas: na eucaristia, na palavra do evangelho, na comunidade de fé, na ação da partilha, na caridade, no amor e no perdão. Aí está Jesus nesta mística única do paráclito que é a presença do Espírito Santo encarnado em Jesus. [Quem vê o Pai vê a mim].
hagaribeiro.