QUINQUAGÉSIMA NONA AULA DE TEOÇOGIA.

QUINQUAGÉSIMA NONA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO..

Lucas escreve a verdadeira história da igreja num sentido cronológico e geográfico no capítulo três: “No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da Litureia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina, sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João, filho de Zacarias. Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para a remissão dos pecados, como está escrito no livro das palavras do profeta Isaias:” “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Todo vale será aterrado, e todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver torto, [os pagãos serão convertidos] e os caminhos escabrosos serão aplainados.” [Eu sou o caminho]. “Todo homem verá a salvação de Deus”. [Igreja Universal]. [Lc 3, 1-6]. Aqui Lucas fez um paralelismo do livro de Isaias.

Iremos fazer uma exegese desse texto lucano. Primeiro Lucas divide a história em três partes. A primeira ele começa pela Lei e os profetas citando os governos monárquicos e o profeta Isaias. Segundo ele fala sobre o advento do messias pregado por João Batista. Terceiro ele fala na parusia e o destino da igreja. [A história da Igreja ele relata nos Atos dos Apóstolos]. Igreja, aqui, se entende comunidade dos cristãos.

João Batista é corajoso como o profeta Elias. Não tem medo de denunciar, quando fala a sabedoria do evangelho. Veja o que ele diz para as multidões: “Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira iminente? Fazei, pois, uma conversão realmente frutuosa e não comeceis a dizer: Temos Abraão por pai. [Figura simbólica da fé do povo de Deus]. Pois vos digo: Deus tem poder para destas pedras suscitar filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. E toda árvore que não dá fruto bom será cortada e lançada ao fogo”. [Lc 3, 1-9]. Aqui ele cita para os cristãos as obras de misericórdia.

Que árvore ele está falando? São relatos teológicos da vida de cada um. Cada um deva ser árvore que dê frutos bons, isto é, caridade, amor ao próximo, está a serviço dos pobres excluídos sem interesse de ganhar coisas daqui, mas receber as de Deus. O simbolismo do machado que corta a árvore má, isto é, cortar, eliminar o joio do trigo, o trigo representa aquele que vive a vida contemplativa e está a serviço da mensagem do evangelho e põe em prática. A árvore má representa aquele que abraçou as trevas e não a luz da sabedoria do evangelho. O machado, [a justiça], isto é, será eliminado do reino de Deus e lançado no fogo como árvore má; não dá fruto para Deus, pois, para Deus estão mortos, embora estejam vivos biologicamente. O cristão deverá ser árvore que dá frutos bons, que agrada a Deus. Jesus afirma que ele é a árvore e nós somos os ramos, os galhos. Se não é ramo bom, dá broca e fica seco e só presta para o fogo. Soltar-se á do tronco. Para ir ao fogo precisa do machado para cortá-lo. Aqui se faz uma exegese que é uma grande metáfora para se compreender melhor a nossa missão, aqui na terra, de ser boa árvore. E por que fala em árvore desde o livro do Gênesis? Porque a árvore tem vida e dá fruto bom e ruim. [Nós vivemos com estas duas árvores do bem e do mal, na nossa mente. Quem é cristão deva ser a árvore boa para dar frutos bons]. É um simbolismo que sempre aparece nos relatos bíblicos.

“Uma voz clama no deserto”. João pregava como os antigos profetas, mas ninguém entendia a sua mensagem. A sua mensagem era como se ele estivesse pregando, não para as multidões, mas como se ele estivesse sozinho no deserto a pregar. E João é violento e severo, pois, ele diz sem medo: “Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira iminente?”. [Que busca acontecer o castigo brevemente]. [Lc 3, 7]. Depois ele é recebido pela multidão que lhe pergunta: “Que devemos fazer”? Ele respondia: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo”. [Que catequese bonita e eficaz para todos nós!]. Essa é a missão de cada cristão e cristã, a fim de que cada um seja árvore boa, para não ser cortada e lançada ao fogo. [É um discurso catequético e uma boa pastoral que Lucas narra nesta perícope]. Também publicanos vieram para serem batizados, e perguntaram-lhe: “Mestre, que devemos fazer?” Ele lhes respondeu: “Não exijais mais do que vos foi ordenado”. [Cumprir a lei e não sejam violadores]. Do mesmo modo, os soldados lhes perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência nem de fraudes a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo.” [Estamos vivendo essa perícope de abusos de autoridades].

Vamos fazer, aqui, nesse relato lucano uma exegese. Primeiro, os publicanos eram cobradores de impostos e ladrões que sugavam com jugo pesado àqueles que deveriam pagar impostos ao rei César Augusto. Mas eles cobravam a mais do que estava escrito na lei. [É como os de hoje, não mudou nada]. O dinheiro que passava a mais, eles arrecadavam para eles; e assim ficavam ricos às custas dos consumidores. [Não mudou em nada! Precisa de um bom Zaqueu].

O verdadeiro nome do evangelho é a Boa Nova, [Rerum Novarum]. Porque há mais de XX séculos que foi escrito e ele sempre está novo. Veja os conselhos de João. Primeiro conselho: Quem tiver duas roupas dê uma a quem mão tem. [Quantos de nós o guarda-roupa está repleto de roupas e afirmamos ser cristão vendo tantos nus!]. Segundo conselho: Quem tem comida, dê a quem não tem. [Quantas iguarias na mesa a se fartar] e Jesus faminto a perambular pelas ruas e avenidas e ninguém o enxerga! [Eu estava com fome e me deste de comer]. Aqui nos lembra da parábola do rico avarento e o pobre Lázaro. Quantos são os Lázaros, hoje, à porta dos cristãos morrendo de fome e a suas vozes são as mesmas que clamam no deserto! É lamentável dizer que a caridade está, cada vez mais, desaparecendo do coração dos que se dizem ser cristãos. Terceiro conselho: Que os cobradores de impostos não abusem do poder para ficarem ricos. Quarto conselho: Que os soldados contentem com o seu soldo e não ameaçam a ninguém para subornar ou receber propina. Está acontecendo à beça por todo o país esse abuso de certa polícia. Que catequese Lucas relata com clareza a moral cristã! Aqui o relato fala da política social, [assistência ao pobre], a política isenta do abuso do poder; de como viver a caridade. E a política pública representada pelos homens de farda. Portanto o evangelho nada é velho. Todo o relato é novo, porque se trata de nossa própria história perante o criador e a humanidade. Há muitas metáforas, simbolismos, midraxe, mas tudo é real e perfeito, porque é a nossa própria história real. Por isso que nós chamamos a palavra de Deus, Bíblia sagrada ou sagrada escritura. Por isso, também, dizemos que a Igreja é Santa, pois a sua mensagem veio do céu por Jesus. Tudo foi inspirado e Jesus como humanado e divino foi quem inspirou a todos desde o primeiro livro dos Gênesis ao Apocalíptico. [Foi ele que falou pelos profetas].

Por que João Batista foi preso e decapitado? Eis a missão dos cristãos: anunciar a boa nova, o evangelho, e denunciar. Foi o que João fez. Chamou o rei Herodes e disse-lhe: “Não te é permitido tomá-la por mulher!” Herodíades era esposa de Filipe, irmão do rei Herodes. Herodes desprezou a sua esposa [a rainha] e se casou com a cunhada Horodíades. João Batista o repreendeu veementemente. Será que temos a coragem de João Batista? Quantos se dizem cristão e são contra a Igreja porque é contra o divórcio! Essa polêmica é constante entre muitos que se dizem cristãos. Ainda desafiam afirmando que são católicos comungantes. [Satisfazem os seus egos]. São apenas comedores de hóstia e nada mais. Não se pode brincar com as coisas de Deus. [Não atireis pérolas aos porcos]. Eis a respostas para esses falsos católicos. João foi morto por denunciar o que não é permitido: o divórcio. João, no seu evangelho cita os conselhos doutrinários de Jesus: “Amai uns aos outros como eu vos amei” Aqui está uma nova doutrina: a do amor recíproco. A esposa ama o marido e o marido da mesma forma deva amar a sua esposa. Se não houver essa reciprocidade, não há matrimônio e sim dos corpos estranhos a viver no mesmo tento. Aqui é um texto teológico de João. Não há universidade. [Mt 13, 3-5].

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 31/07/2013
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