QUINQUAGÉSIMA QUARTA AULA DE TEOLOGIA.

QUINQUAGÉSIMA QUARTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Mateus relata que Jesus só foi a Jerusalém uma só vez: a entrada triunfante montado num jumentinho. Como já foi explicado em outras aulas, continuaremos as perícopes seguintes da paixão. Jesus diz: “Não me vereis mais”. Jesus afirma que eles não irão vê-lo, pois é chegada a hora de ele subir com a cruz e ser crucificado. É chegada a hora de entregar ao Pai o seu projeto de salvação. Jesus cumpriu a sua missão de fazer a vontade do Pai e, agora chegou a “hora” crucial da paixão.

Jesus virou as costas para o templo e deixou de falar às multidões e seguiu para o monte das Oliveiras. Jesus fez um grande discurso no começo de sua jornada: O Sermão da Montanha ou as bem-aventuranças. No final de sua jornada ele sobe no monte das Oliveiras e faz o discurso apocalíptico contra o templo, Jerusalém e o fim do mundo. Mas primeiro ele com os apóstolos celebrou a páscoa. Ao celebrar a páscoa ele lavou os pés dos discípulos. Neste ato solene e litúrgico não é uma ação, como muitos pensam, de humildade. É uma teologia bonita e difícil de compreender. Foi o caso de Pedro não querendo que Jesus lavasse os seus pés, porque não entendeu nada. Mas quando Jesus explicou que, ao sair do banho só precisa lavar os pés, porque todo o corpo já está limpo, também Pedro não entendeu nada e nem os outros apóstolos e nem muitos cristãos de hoje. Qual foi a importância de Jesus ter realizado o lava pés? Ele faz uma profecia da lavagem dos pés profetizando a sua morte de cruz. Por isso Pedro não entendeu nada e nem muitos religiosos; porque, nas celebrações da semana santa, na quinta-feira santa, alguns presbíteros de algumas paróquias pegam doze meninos e se vestem de apóstolos e o celebrante, que sempre é um presbítero, lava os pés daquelas crianças, fugindo completamente do sentido litúrgico da paixão. [Crianças não poderão representar apóstolos]. Portanto, ao agir assim transformam o ato litúrgico da Paixão em um ato folclórico. São como muitos que acham que Jesus ainda é menino: “Eu rezo para o menino Jesus”. (!...). Esses presbíteros são as figuras simbólicas de Pedro. Pedro não entendeu e nem muitos que fazem da liturgia um papel ridículo. Pedro representa a falta de luz, a falta de inteligência, de sabedoria ao não entender nada do lavar pés. Quem já tomou o banho, isto é, quem já foi batizado não é preciso batizar novamente. [Perícope teológica do sacramento do batismo].

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus antecipa a sua morte derramando o seu sangue para a remissão da humanidade. Batiza Adão com seu sangue no alto da cruz. Ele, o novo Adão, lava os pés não somente dos apóstolos, mas de toda humanidade. [Aqui se faz teologia e não homilia]. [Batismo da água prenhe do Espírito Santo; e do sangue do Cordeiro, Jesus Cristo]. O lava pés, simbolicamente é o sacrifício cruento da cruz. Jesus com o seu sangue lava o pecado de todos. Os apóstolos representam a humanidade que Jesus oferece em holocausto para a remissão dos pecados.

No século I, antes de Cristo, desapareceram os profetas. E os judeus sofreram perseguições atrozes. Não houve mais o governo monárquico com seu rei. Perderam tudo até a liberdade. Agora está nas mãos dos romanos. Foi nessa época que Jesus nasceu.

No século I e II, depois da morte de Jesus, apareceram vários falsos Messias. Os romanos crucificaram a todos. Mas esses falsos Messias não deixaram rastros e nem o que pregavam ou ensinavam. Mas a história do cristianismo perpetua até hoje e se alastrou no Oriente e Ocidente. Mateus afirma que “Os eleitos preservarão até o fim”. E quem são esses eleitos que Mateus se refere? São aqueles que vivem com coragem de anunciar e denunciar através do evangelho e viver como Jesus viveu. Estes estão ao lado da Igreja Santa. Os eleitos são os que ouviram os ensinamentos de Jesus sobre as obras de misericórdia: dá de comer quem tem fome... São os que sentem as dores e se compadecem dos excluídos, dos miseráveis que sofrem nesse mundo. “Um será arrebatado e o outro será deixado”. Uma será arrebatada e a outra será deixada. O que será arrebatado é o que fez a vontade de Deus, usou da misericórdia; [representa os cristãos homens] é o bom samaritano. A outra tem a mesma felicidade de gozar na glória do Senhor. [representa as cristãs mulheres]. O que foi deixado e a que foi também deixada, [homens e mulheres representando os que não dão ouvido pelos valores deixados por Jesus]. Representam aquelas pessoas que não praticaram a vida cristã, combatem e perseguem a Igreja do cordeiro. [AP. é bom que leia]. Amaram as trevas à luz. Serão deixados para serem queimados no fogo. Na chegada do “noivo” [parábola das virgens], Não há mais tempo de arrependimento. É o juízo final.

Hoje há muitos falsos profetas que em nome de Jesus fazem milagres emocionais e com auto-sugestões de cura patológica. E enganam a muitos até os eleitos. [ensinam a economia material e não a economia da fé]. E muitos dizem que estão curados, mas biologicamente, mas espiritualmente, não, porque não vivem os ensinamentos de Jesus: “Amai uns aos outros como eu vos amei”. [Amor recíproco]. Amar o próximo como Jesus; perdoar os inimigos como Jesus; fazer a vontade do Pai como Jesus. Estes são os escolhidos e arrebatados, porque vivem as bem-aventuranças.

O padre Fernando Cardoso, em umas de suas aulas teológicas, contou-nos que foi a Jerusalém com uma caravana ao sepulcro de Jesus. Ao voltar pegou o avião e ao lado dele sentaram seis evangélicos. Um era pastor. Eles começaram a falar: “Quando eu cheguei e vi o sepulcro de Jesus, recebi uma grande graça; a dor de meu joelho desapareceu.” O outro afirmou: “Eu sentia uma dor horrível nas minhas costas e recebi a graça e fiquei curado”. E assim cada um afirmou haver recebido cura biológica, patológica, mas nenhum deles disse: Recebi a graça das chagas de Jesus, o ombro doendo de carregar a cruz; as dores dos pregos dos pés e mãos e todos os sofrimentos de Jesus. Estou feliz, pois, essa foi a maior graça que recebi: a espiritual.” [a da Paixão]. Estão desvirtuando o cristianismo].

Foram assim as vidas dos grandes santos mártires do cristianismo: sofreram como Jesus sofreu. “Quem não carregar a minha cruz não é digno de mim”. [Carregar a cruz aceitando viver a vida contemplativa da Paixão].

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 26/07/2013
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