VIGÉSIMA SÉTIMA AULA DE TEOLOGIA

VIGÉSIMA SÉTIMA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

[Vigésima sétima aula ].

(Curso de Teologia)

Lucas ao escrever os Atos dos Apóstolos relata a organização dos cristãos e como viviam em união fraternal a ponto de os pagãos e judeus se integrarem convertendo-se ao cristianismo. Narra ele: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam–nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade”. [At 4, 32-35].

Esse livro dos Atos dos Apóstolos é um verdadeiro livro de testemunho da historicidade dos apóstolos e cristãos com suas vidas dando testemunhos da ressurreição e com coragem enfrentavam muitos obstáculos. [Adversidades]. De um lado a religião judaica dos judeus em afirmar que os cristãos blasfemavam que Jesus era Deus; do outro lado os cristãos condenavam os judeus desrespeitando a Jesus e negando-o que não era Deus. Aí estavam duas igrejas lutando-se uma contra a outra possuindo o mesmo Deus. [Monoteísmo]. Do outro lado a perseguição dos romanos e das autoridades romanas; do outro lado os pagãos politeístas. Muitos foram assassinados, sendo o primeiro protótipo entre os cristãos, o diácono Estevão, que mataram apedrejado com o apoio de Saulo, que defendia o judaísmo. Depois é que ele se converteu mudando o nome para Paulo, o grande apóstolo dos gentios. Além desses obstáculos outro maior a dos próprios cristãos que, por medo de morrer desistiam de ser cristãos. E muitos que desistiam denunciavam dos próprios cristãos. Aí é que aparecem as figuras em simbolismo dos três apóstolos: Judas, Pedro e Tomé. [Já explicado em lições interiores.].

Nesse livro dos Atos dos Apóstolos, conta que, um casal, Ananias e Safira, vendo a organização da união fraternal dos cristãos, que parecia que só havia entre eles uma só alma e um só coração, resolveram, em comum acordo, vender as suas terras e depositar o dinheiro da venda aos pés dos apóstolos e se integrarem como verdadeiros cristãos. Mas combinaram entre si de não dar todo o dinheiro da venda. Ficando a metade para eles. [Já foi relatado em outra aula]. A sua mentira fez com que Pedro o chamasse atenção perguntando-lhe se era verdade somente aquele dinheiro. Eles confessaram que era. Pedro então disse-lhe: “Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses a cerca do valor do campo? Acaso não podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias dispor livremente dessa quantia? Por que imaginaste isso no teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus. Ao ouvir estas palavras, Ananias caiu morto”. [At 5, 1-11]. Morreu também Safira por confirmar a mentira do marido. Quem ler esse relato, esse episódio sendo fundamentalista poderá cair no erro de acreditar num castigo de Deus ao casal, Ananias e Safira, pois o relato desse episódio diz claramente que os dois foram castigados pela morte e foram ambos enterrados, sepultados. Mas fazendo uma boa exegese ver por outro ângulo um relato etimológico-teológico e não ver um Deus sem misericórdia, um Deus terrível que sempre está de olho para castigar o mentiroso e amante do dinheiro. Aqui, nesse relato, se entende que morte, sepultamento significa aqueles que amam as trevas. E os que amam as trevas são considerados mortos para Deus. Não poderão, jamais, pertencerem à comunidade dos cristãos. Eles foram expulsos por amarem mais o dinheiro do que viverem em comum sem que fossem mais importantes por possuírem mais dinheiro do que os outros. Foi isso que aconteceu com o casal Ananias e Safira. Não puderam pertencer àquela organização cristã, sendo Pedro o líder daquela comunidade. Foram considerados mortos. Não é que houve a morte biológica, mas, sim, a morte espiritual. Não se pode ler e interpretar ao pé da letra nenhum texto bíblico, quando o relato dá a impressão de que Deus não é misericordioso, mas um Deus terrível, castigador daqueles que lhe desobedecerem. Quem ler e entender assim cairá no erro de pensar que Deus não deu o livre arbítrio, para que cada um de nós seja livre de seguir o caminho que quiser, mesmo sendo o caminho das trevas ou do ateísmo.

Mateus é o evangelista da justiça, embora copiasse de Marcos. Mas Mateus amplia e faz um paralelismo com os textos do Antigo Testamento. Podemos notar que ele copia Isaias, alguns profetas, os livros do Pentateuco e dos salmos e coloca na vida de Jesus, principalmente na Paixão. Paulo é firme em mostrar Jesus Cristo o único ponto de referência entre Deus e a humanidade. Ele faz uma cristologia muito alta, mas como filho de Deus. Para Paulo não existem intercessores entre Deus e a humanidade. Somente Jesus é o advogado direto entre Deus e a humanidade. “Ninguém vai ao Pai se não por mim”.

Marcos, no seu evangelho afirma que os apóstolos pediram a Jesus que lhes ensinassem a orar. Mas Mateus ampliou e há mais palavras do que o Pai Nosso de Marcos. Mas, segundo o padre Fernando Cardoso, Dr em teologia e um grande exegeta respeitado, afirma que o Pai nosso não foi Jesus que ensinou, mas apenas as palavras dos ensinamentos doutrinários que Jesus ensinou e afirmou tudo que está no Pai nosso. Assim, eles construíram a oração do Pai nosso. Sempre Jesus exaltou a Deus como “meu Pai que está no céu e o santificou. Sempre Jesus dizia que o reino de Deus estava no meio de todos seus discípulos. Sempre ele afirmava que era o Pão descido do céu; sempre ele mandou que perdoasse, não sete vezes, mas setenta vezes sete; sempre ele afirmou que quem não perdoar o próximo não receberá o perdão de Deus; Sempre Jesus mandou orar sem cessar para não cair em tentação. De qualquer maneira, foram as palavras do próprio Jesus que formou e contém em toda a oração do Pai nosso. Não deixa de ser o autor do Pai Nosso o próprio Jesus. Agora, não foi ensinado e orado como rezamos hoje, mas palavras soltas e se juntou para fazer essa linda oração de nós cristãos e difícil de ser vivida entre os cristãos. Não posso generalizar, mas houve e há muita gente que vive o que está contido no Pai Nosso. Mas, entre os cristãos, segundo as estatísticas, só existem 7%, no país mais católico do mundo, dos 67% de católicos que poderá dizer e confirmar que fazem a vontade de Deus.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 27/06/2013
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