CURSO DE TEOLOGIA.

CURSO DE TEOLOGIA.

Por Honorato Ribeiro.

[primeira aula] [Noções de teologia].

A Bíblia é um conjunto de livro inspirado e escrito por vários autores. Nela há contos, poesias, e o autor principal é o próprio Deus. É um livro das experiências humanas à luz da fé. Afirmam os estudiosos que começou a ser escrita a partir do século IX antes do nascimento de Jesus. Foi escrita lentamente e não de uma só vez por muitas pessoas bem preparadas por Deus. Ela trata da história do povo de Deus. Ela também se trata de história, de sabedoria popular, de orações, de poesia, faz reflexões sérias sobra a vida do homem em busca de Deus. A Bíblia é uma coleção de livros inspirados e sagrados. Por esse motivo costumamos a chamá-la de Sagrada Escritura. Esse livro sagrado é, pois, a voz de Deus que inspirou os escritores dela, que, com base nas suas experiências e com a fé de cada um, a partir de Abraão, 1800 anos antes de Cristo, começaram escrever o que temos hoje: Bíblia. Ela começou com a experiência de Abraão e se desenvolveu com a história do Povo de Deus, que chamamos de Povo Hebreu, Israel ou povo judeu. Nela há 73 livros, sendo 47 do Antigo Testamento e 26 do Novo Testamento. [Aprovada pelo Concílio de Trento]. “A Bíblia foi escrita dentro de outra mentalidade” e outra cultura. Não se poderá ler a Bíblia sendo fundamentalista, isto é, ler ao pé da letra. Nela existem muitas metáforas, há muita simbologia e figura de estilo como: hipérbole, metonímia, antítese, prosopopeia, etc. No Novo Testamento encontramos muitas parábolas contadas por Jesus. Parábola é uma história inventada com fundo moral e real que Jesus contava para melhor entendimento dos ouvintes. Os textos desse meu relato que estiverem entre aspas, foram retirados do livro do Frei Mauro Strabeli, doutor em teologia, com o título: Perguntas que o povo faz.

Deus não criou o mundo em seis dias como narra o livro dos Gênesis, pois a Bíblia não é um livro aferível, isto é, como a matemática, como peso e medida, como se escreve as revistas e os jornais e a História da Humanidade. “Ela é um livro essencialmente teológico, baseada nas tradições do povo, na cultura do Antigo Oriente e principalmente com base na fé.” Há muitas metáforas, simbologias e fenômeno da natureza que são as teofanias, isto é, Deus comunica aos profetas e a seu povo através de trovões, fogo, nuvens, relâmpagos, a pomba que aparece no batismo de Jesus, etc.

O povo hebreu ficou exilado e escravo do império babilônico e não vivia em liberdade para adorar o seu Deus, Javé. Um grupo de sacerdote escreveu como foi surgido a criação do universo e o ser humano, simbolizado nas figuras hipotéticas Adão e Eva, mas real porque é a nossa própria história. Esse relato se encontra no livro dos Gênesis. Foi uma organização social para que houvesse o descanso no dia do “sábado”, que ficou como dia sagrado ou sábado santo. Por isso eles, os sacerdotes, com a sua comunidade, escreveram dessa maneira: Trabalhará seis dias e o “sábado” dia de descanso e louvor a Javé. Na realidade o mundo não foi feito em seis dias. A narração não é aferível, isto é, exatamente afirmando seis dias. É número simbólico. “A intenção do autor não é científica, e nem quis afirmar que o dia tem 24 horas.” A intenção é dizer que nós temos o direito de trabalhar durante seis dias e no sétimo descansar. Afirma que Deus descansou, então, o homem também tem o direito de se descansar. Como eles estavam exilados na Babilônia, no meio de um povo pagão, foi necessário escrever esse relato bíblico, a fim de que os babilônicos soubessem que eles, os hebreus, tinham um Deus que eles deveriam adorá-lo; escolheram o sábado para o descanso físico e espiritual. Foi uma forma de eles terem liberdade de culto a seu Deus Javé. É um relato histórico teológico. O texto diz que tudo que foi feito por Deus era bom. Nesse relato, o autor quer nos mostrar que tudo que Deus fez é perfeito e bom. Fez o homem à sua imagem e semelhança, quer dizer, ser perfeito como Deus sem pecar. Deu-lhe a liberdade de escolha, para viver livres e felizes. O livre arbítrio faz-nos livres sem ser escravos, porém, dentro da perfeição em que fomos gerados. Deus, diz o texto, que pegou o barro e fez o homem e soprou nas narinas o sopro da vida. Depois fez o homem dormir e tirou-lhe a costela e dela fez a sua companheira, Eva. Todo escrito é um simbolismo, pois Deus não é um oleiro, mas para dizer que todos nós somos frágeis. A costela simboliza o homem se completa com a sua companheira, a mulher. Homem e mulher se unem em casamento para dar prole. [Nesse sentido, também, o homem e a mulher, mesmo sendo casados são irmãos, pois, Deus é pai de todos. Poderá o homem ou a mulher se divorciar, se separar, mas não poderão se separar sendo irmão um do outro. Não há separação] Aí aparece o primeiro casal, a primeira família. Eva significa a geradora da vida. Adão significa barro, isto é, frágil, vulnerável, mortal. Nenhum dos dois são nomes próprios: Adão, Eva. São figuras representativas da humanidade criada por Deus. Adão, a humanidade masculina e Eva, a humanidade feminina. Essas figuras não são provadas antropologicamente, cientificamente, mas como imagens e semelhanças de Deus é verossímil e reais as figuras, pois é a nossa própria histórias, dentro de nossa própria realidade. A tentação a que se deu a Eva com a tentação da cobra é uma simbologia do que acontece com cada um de nós de querer andar com as nossas próprias pernas sem a ajuda de Deus. Não aceitar o conselho do Criador a não lhe obedecer e viver independente fora da luz e da sabedoria de Deus. A árvore do mal e a do bem são os nossos próprios pensamentos negativos e positivos; pensamento do bem e do mal cada um de nós carrega em nossa mente em toda nossa estada aqui na terra. O texto bíblico não fala em maçã, mas em fruto da árvore do bem e do mal. Cada um de nós carrega, também, essa fruta em nossa mente e em nossas ações. Uns se aperfeiçoam para praticar o bem e outros para a prática do mal. Essa é a nossa própria história simbolizada nas figuras: Adão, Eva, cobra, fruta, árvores.

Para os povos politeístas a cobra era adorada como “deusa”. Porque a cobra muda de pele sempre a si renovar. Para aqueles povos era crença de eternidade; a cobra era imortal. Não fica velha e ela sempre se renova. Quanto aos filhos, Abel e Caim, são protótipos do bem e do mal. Abel do bem; Caim do mal. Abel está representando o filho bom do casal que gera filho e educa-o para o bem no caminho que agrada a Deus e luta para que ele seja perfeito. [Abel simboliza Jesus obediente até a morte de cruz, morto pelos próprios irmãos de raça]. São poucos, no mundo de hoje, que educam seus filhos, a fim de que façam a vontade de Deus. Caim está representando o filho da família que gera filhos maus, assassinos, e o mundo de hoje é maioria. Esses filhos nasceram num lar desarrumado, não recebeu de seus pais a formação nem religiosa nem de cidadania. Eis porque o mundo de hoje está cheio desse tipo de mau elemento simbolicamente o Caim real, que assalta, mata e se torna assassino. [Caim sempre está no nosso meio social e religioso].

Quando Deus pergunta para Adão por que tinha comido da fruta proibida, ele acusa a mulher a culpada. Deus chama a responsabilidade de Eva e ela acusa a cobra que a enganou. Esse relato está afirmando, e é real, as nossas atitudes de sempre apontar a culpa para outrem e não assumimos os nossos erros, as nossas incoerências. Quando Caim mata seu irmão, Deus pergunta para ele onde está o seu irmão? A resposta de Caim é a mesma nossa: “Por acaso eu sou guarda do meu irmão”? Nós chamamos Deus de Pai, mas não queremos ser irmão do outro. Irmão para nós é de pai e mãe, irmão biológico. Mas a Bíblia afirma que todos nós somos irmão uns dos outros e temos um único Pai, Deus. Entre os filhos de Deus, Jesus Cristo é o primogênito e unigênito. Esse relato que lemos no livro dos Gênesis é a nossa própria história perante Deus e a humanidade. É um livro teológico-etiológico e cheio de simbologia. Não podemos ler a Bíblia sendo fundamentalistas, isto é, ler ao pé da letra, pois ela não é uma notícia jornalística, mas uma história etiológico-teológica cheia de metáforas e figuras. [Veja dicionário bíblico]. Peço-lhe que imprima todas as aula que eu lhe enviar.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 28/05/2013
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