Outro dia estava trabalhando, andando em uma avenida muito conhecida da minha cidade, e sentir um cheiro tão forte e agradável de café; que me deu aquela sensação familiar, de aconchego, de casa, de lar; sabe aquela sensação de algo que você perdeu e ainda não retornou a encontrar...e o interessante  é que não consegui identificar de onde estava vindo aquele aroma que me seduziu e me fez meditar, relembrar...
 
 
Passaram vários dias desse acontecimento, e ainda persistiu a lembrança desse momento; e lendo a Bíblia eu tive a resposta para esse cheiro que sentir e essa sensação; e nessa mensagem quero compartilhar com vocês a conclusão que cheguei sobre isso.
 
 
 Em Canaã, a fome era grave, onde Jacó e seus filhos viviam; e José vendo essa situação, teve de revelar  a sua verdadeira identidade aos seus irmãos, e logo depois ao seu amado pai Jacó, para  trazê-los para perto dele no Egito, pois lá  ele poderia beneficiar, e abençoar aos seus familiares; e quando eles chegaram, José apresentou uma parte dos seus irmãos e seu pai ao Faraó, e Jacó o abençoou e respondeu a sua indagação:
 
 
E Faraó disse a Jacó: Quantos são os dias dos anos da tua vida?
 
 
E Jacó disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos, poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida, e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais nos dias das suas peregrinações.

E Jacó abençoou a Faraó, e saiu da sua presença. Gn 47:8-10
 
 
 
Vamos parar um pouco e analisar essa sábia resposta de Jacó; ele reconheceu que era forasteiro, como também os seus pais e seus descendentes; e que os dias da sua vida era poucos e maus; e que ele sempre seria um peregrino vivendo pela fé, em busca do seu verdadeiro lar, o lar eterno, prometido pelo Senhor!
 
 
Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.

Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Hb 11:8-10
 
 
 
E todos nós, enquanto vivermos, sempre sentiremos o aroma de café, tão familiar, agradável, que nos relembrará do aconchego do nosso verdadeiro lar!!!!
 
 
E por mais que alcancemos metas, objetivos, conquistemos afetos, riquezas; nada dessas coisas efêmeras, poderá prencher a plenitude do nosso verdadeiro lar, e a companhia do Senhor; enquanto estivermos nessas pairagens, sempre teremos poucos e maus dias... e seremos peregrinos, forasteiros em busca da nossa pátria celestial !!!
 
 
Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti não há esperança. 1 Cr 29:15

Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Hb 11:13
 
 
 
Deixo para vocês meditarem um texto edificante de Martim Loyd-Jones
 
 
 
Forasteiros no Mundo
 
 
Forasteiro no mundo terrenal,
 
calmo nele me hospedo até à mudança.
Nem a felicidade nem o mal
dão-me este, o medo, e aquela, a esperança.
 
 
 
A grande verdade que nunca devemos perder de vista é que nesta vida não passamos de peregrinos. Andamos por este mundo sob o olhar de Deus, caminhando em direção a Deus e à nossa esperança eterna. . . Esse é o grande princípio ensinado em Hebreus 11. Aqueles homens poderosos, grandes heróis da fé, tinham um só propósito. Andavam «como quem vê aquele que é invisível». Confessavam «que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra». Peregrinavam para «a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador». Assim, quando Deus chamou a Abraão, este respondeu. Dirigiu-se a um homem como Moisés, que tinha fabulosa carreira na corte egípcia, e ordenou-lhe que deixasse tudo e se tornasse um pobre pastor durante quarenta anos, e Moisés obedeceu. . . E assim foi com todos eles. Que fez com que Abraão estivesse pronto para sacrificar seu amado filho Isaque? Que fez com que todos os demais heróis da fé estivessem dispostos a fazer o que fizeram? É que aspiravam «a uma pátria superior, isto é, celestial».

... Se tivermos correto conceito de nós mesmos como peregrinos neste mundo. . . tudo cairá dentro da correta perspectiva. Imediatamente encararemos corretamente os nossos dons e as nossas posses. Começaremos a considerar-nos apenas como despenseiros, tendo que prestar conta deles. Não somos os permanentes detentores dessas coisas. . . O homem mundano pensa que ele as possui todas para si mesmo. Mas o cristão começa dizendo: «Não sou o dono dessas coisas; só as tenho como um arrendamento. . . Não poderei levar comigo as minhas riquezas, e nem meus dons. Sou apenas guardião dessas coisas». E, de imediato, a grande pergunta que se levanta é esta: «Como posso usar essas coisas para a glória de Deus? . . . É a Ele que terei que prestar contas de minha mordomia. . . Portanto, deve ter cuidado no emprego dessas coisas. Devo fazer tudo que Ele me diz para agradá-lo».

Studies in the Sermon on the Mount, ii, p. 84.


 

PeregrinoActual220x350%255B1%255D.png