PASSOS PARA UM CRESCIMENTO PROGRESSIVO

Referência: II Pedro 1. 5-9 e 3.17-18

“Vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não tem princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, agora e para sempre! Amém”.

Em nossa trajetória cristã temos visto frequentemente a banalização da expressão “FÉ”. Chega-se ao ponto de dar-lhe tratamento de maldição. Uns dizem: “tenho fé que meu chefe vai ser despedido, para deixar de me aperrear”; outros falam: “tenho fé que fulano encontrará alguém mais brabo e vai quebrar a cara”; alguns pais ainda dizem: “tenho fé que meu filho(a) casará para sair de casa; chega-se até cogitar-se em fé para desejar a morte de alguém: “tenho fé que Deus vai dar um jeito nisso – no sentido de castigo/morte”.

Mas a definição de FÉ é bem diferente: Fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. A nossa certeza é que teremos a vida eterna.

Fé é passar pela tribulação, pela angústia, pela perseguição, pela prova, pelo perigo, mas ter a certeza de quem intercede por nós é poderoso para fazer mudanças nas investidas contra nós.

Paulo, em sua carta aos Romanos, cap. 8. 37-39 chega a afirmar com veemência: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

O Diabo tentou separar Jó da presença de Deus, com suas investidas perversas: morte dos animais(algo precioso – bens: bois, ovelhas, camelos), mas que poderião ser novamente conquistados; morte dos filhos, bens insubstituíveis. Foi aí que Jó levantou-se, rasgou seu manto, raspou a cabeça e lançou em terra e adorou; (Jó 1.20). Há que atitude de FÉ, embora tenha perdido tudo que lhe era valioso, mas não permitiu que sua fé fosse abalada. Pelo contrário, bendisse o nome de Deus: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Voltando ao texto de II Pe 3.17-18 “Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não tem princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

Sobre princípios morais, um fato recentemente me chamou a atenção, no dia 01AGO09 (sábado), um grupo de jovens – no qual me incluía, estavam evangelizando nos semáforos da Avenida Presidente Kennedy, Peixinhos, Olinda. Fazíamos abordagem aos transeuntes e motoristas que por alí passavam; respeitando sempre aqueles que não baixavam o vidro do carro; aqueles que não quiseram receber os folhetos; mas um momento inesperado/crucial aconteceu: uma resposta agressiva por uma pessoa sem princípios morais, mas pela FÉ não perdi a firmeza para não ter respondido e quem sabe “ter caído” na cilada de satanás, embora tenha ficado muito constrangido – pelo fato de alguns integrantes do grupo terem escutado. Pensei até em voltar para casa.

Mas, a obra não era minha e não era também daqueles jovens que ali se encontravam, mas estávamos tão somente sendo instrumentos da obra do Senhor. E para nossa felicidade, o semáforo fecha e diante de nós estava um jovem na moto, o qual já tinha estado em nosso meio. E lá fomos nós convidá-lo para vir no outro dia à Igreja, e o Senhor nos mostrou que sua obra não ficaria abalada, e confirmou a presença daquele jovem no outro dia na Igreja, e não ficou só nisso: houve reconciliamento com Deus, com a esposa, com a família e com os irmãos na fé.

Isto querido leitor é o que me motiva a permanecer na FÉ em Cristo. São as obras do Senhor que não se abalam. Algumas autoridades, legisladores, imprensa, homens; maliciosamente e/ou tendenciosamente tem se levantado para dividir a Igreja, não é de hoje que investidas vem acontecendo; mas pela FÉ não nos deixaremos escandalizarmos e nem nos abalarmos, pois façamos das palavras de João 4.1 a nossa voz de defesa: “Maior é quem peleja por nós, de quem peleja pelo mundo”.

Portanto, a nossa fé não pode ser abatida por contendas, por divisões, por picuinhas, disse-me-disse, fofocas, pois isso faz o ímpio, mas nós devemos nos amar, uns aos outros, pois somos nascidos do mesmo Deus, e de Deus procede o amor; e, se Deus é Amor, conforme 1 João 4-8, como podemos amar a Ele se não amamos nosso próximo?

E sendo assim, como lemos no texto em I Pe 1.5-9, sejamos diligentes/prudentes naquilo que fazemos, evitando o que desagrada a Deus, buscando sempre acrescentar à nossa Fé: a virtude, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, a fraternidade e o amor, de uma forma progressiva, para que assim possamos dar frutos para o reino do Senhor Jesus.

Afinal de contas nós não fomos criados para sermos infrutíferos. Quando Deus criou o homem (Gn 1.27) não lhe disse: “sejam estéries e raquíticos/nanicos/improdutivos/letárgicos; mas, pelo contrário: “sejam férteis e multiplique-se”.

Fertilidade e multiplicação, não somente se limita ao macho produzir o espermatozóide e a fêmea o óvulo para reproduzirem; mas que o individuo fosse fértil/cheio das qualidades de Cristo, que produzisse frutos para o reino, conquistasse almas perdidas, que fosse cheio do Espírito Santo, que fosse luz para iluminar o mundo. Qualidades essas que, se ainda não desenvolvemos, sejamos diligentes em fazê-las, as quais podemos em poucas palavras entendê-las:

Virtude, que possui uma concepção de bondade, de praticar o bem. É ter caráter, moral, ética, respeito. Evitar murmurações, fofocas, mentiras, falsidades;

Conhecimento, é pelo conhecimento em Deus que adquirimos raízes para mantermos firmes nos caminhos do Senhor. Contendas vem, contendas vão; furtos vem, furtos vão; mas a palavra do Senhor permanece viva e eficaz, capacitando aqueles que desejam ser plantas viçosas, que multiplicam-se, que ajudam uns aos outros;

Domínio Próprio, é saber controlar o temperamento, emoções, estados de humor. Em Mt 16.21; 17.22-23 e 20.17-19, Jesus avisa a seus discípulos que seria morto, mas iria ressuscitar ao 3º dia, cumprindo assim a Escritura (Jo 19.28); mas mesmo assim, Pedro não controlou seu temperamento e puxou sua espada e feriu um guarda que prendia Jesus. Se eu não tivesse controlado meu temperamento, poderia ter escandalizado o evangelho. Quantas vezes nós, por não termos domínio próprio, temos provocado tumulto no reino de Deus.

Perseverança, é sermos pacientes, mantermos no propósito do caminho de Cristo. É estar pronto a enfrentar as oposições vividas de contra-ataque de Satanás e manter a nossa fidelidade a Deus. Problemas surgem? Dificuldades aparecem? Mas com Cristo nós podemos passar a tribulação. As tribulações que hoje vivemos, em nome do Senhor, serão solucionadas e servirão para engrandecer ainda mais a nossa Fé;

Piedade, indica aquele que cumpre o seu dever. Por isso que Deus é piedoso para conosco, pois nos ama. A pessoa que tem piedade adora corretamente a Deus e o serve de todo o coração, com reverência e amor; Ser piedoso é ter intimidade com Deus, e isso reflete no relacionamento com o próximo;

Fraternidade, dá idéia de estima, respeito e simpatia em relação ao próximo com o objetivo de ajuda e encorajamento mútuo. É crescer mesmo com as diferenças. É dar espaço para o perdão. É valorizar o outro;

Amor, qualidade principal do cristão, porque se Deus é amor, como podemos querer amar a Ele se não amamos nosso próximo? O amor é sofredor, é benigno, é gratuito, não é arrogante, não se irrita, tudo suporta, tudo espera tudo crê. Paulo nos ensina (1 Co 13.13) que entre a fé, a esperança e o amor, este é o maior. Não adianta estarmos na Igreja, demonstrando Fé, se não tivermos uns pelos outros Amor. Porquê Deus é Amor. E se não tivemos essa qualidade, possivelmente não teremos a Deus.

CONCLUSÃO

Se seguirmos esses passos estaremos crescendo na fé e expandindo o Reino de Cristo nesse mundo; caso contrário, estaremos caminhando para uma fonte de águas amargas e que com certeza tenderá a secar.

Para nossa meditação: Salmos 36.9 “No Senhor está o manancial da Vida” - Que Ele nos abençõe.

Fraternalmente,

Valter Gomes