Irmã Dulce alcança a penúltima fase para se tornar santa

Irmãos e Irmãs,

Batizada como Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a baiana Irmã Dulce está bem perto de alcançar a santificação. Nessa terça-feira, 20 de janeiro, o Arcebispo de Salvador, Dom Geraldo Majella Agnelo, anunciou que o Vaticano já reconhecera o título de venerável à Irmã. Para que a religiosa seja considerada beata, falta apenas a comprovação de algum milagre ocorrido por intervenção da mesma. Ao que tudo indica, o Brasil está mesmo prestes a ganhar mais um santo, pois para que o anúncio seja feito, após a beatificação, só faltaria a comprovação de um segundo milagre.

O voto favorável para que Irmã Dulce recebesse o título de venerável foi anunciado pela Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano, colégio formado por Cardeais, Bispos e teólogos. Responsável por fazer a análise das virtudes heroicas da religiosa, antes de darem o voto unânime em favor da santificação da Irmã, os membros da Congregação estudaram o Positio, que no caso da religiosa baiana foi feito pelo frei Paulo Lombardo. Esse é o documento que traz a biografia, as virtudes e os testemunhos do processo de beatificação.

Existem hoje cerca de três mil registros de possíveis milagres atribuídos à Irmã Dulce. O mais importante deles envolve uma mulher que teria tido sérios problemas de hemorragia durante o parto. Quando nem os médicos acreditavam que ela poderia ser salva, foi feita uma corrente de orações à Irmã, e a mulher sobreviveu.

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, chamada de “Peregrina da Caridade" pelos indigentes que atendia, era pequena fisicamente, mas era de uma grandeza incontestável. Os 77 anos de dedicação aos pobres fez com que a religiosa desenvolvesse uma enorme obra social e se tornasse referencial em bondade em prol dos excluídos. Desde os 13 anos de idade começou a ajudar mendigos, enfermos e desvalidos, e lutou a vida inteira por um mundo melhor.

A Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano anunciou voto favorável e unânime, de seu colégio de cardeais, bispos e teólogos, das virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes. Os votos serão transmitidos ao Papa Bento XVI que poderá conceder à Serva de Deus o título de Venerável. O anúncio foi transmitido no Brasil pelo arcebispo D. Geraldo Majella Agnelo e o decreto será publicado logo após a assinatura de Sua Santidade.

A reunião confirmou a decisão do colegiado, também unânime, tomada no dia 15 de abril do ano passado. Os teólogos (oito italianos e um espanhol), que estudaram a vida e as obras de Irmã Dulce, a definiram como “a Madre Teresa do Brasil”, pelas semelhanças do seu testemunho cristão com a Beata de Calcutá, sendo “um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos.” O relator desta primeira fase foi monsenhor José Luis Gutierrez, membro da Opus Dei.

O processo de beatificação de Irmã Dulce foi iniciado em janeiro de 2000. Em junho de 2003, a Congregação recebeu a Positio. Na mesma época, a Congregação recebeu os atos jurídicos e reconheceu juridicamente um possível milagre ocorrido por intercessão de Irmã Dulce. Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter ‘preternatural’ (não explicado pela ciência). Atualmente, o Memorial Irmã Dulce guarda mais de cinco mil cartas e depoimentos que relatam curas que os devotos acreditam milagrosas e operadas pela Fé naquela que é chamada de Mãe dos Pobres e Anjo Bom.

Fonte:

http://www.irmadulce.org.br