Viva Esperança X Religiosidade
Cremos que o dia que entristeceu, e muito, o coração de Deus foi o dia em que expulsou o homem do Jardim do Éden, destituído, sem nenhuma possibilidade de retorno à presença do Senhor por suas próprias forças, ficando evidente que a reconciliação com Deus é totalmente ineficaz quando é uma tentativa religiosa engendrada pelo esforço humano. Em Gênesis 3: 22-24, lemos: “Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado. E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”. A princípio, inferimos que a expulsão do homem do jardim do Éden foi para que ele não vivesse eternamente em pecado, distante do Criador, caso comesse do fruto da árvore da vida. Como conseqüência da sua desobediência ao comer o fruto do conhecimento do bem e do mal, morreu espiritualmente e, assim, caído e instigado por Satanás, com certeza, não teria freio moral que o impedisse de comer o fruto da árvore da vida. Presciente, Deus, por amor ao homem, o protege de viver uma infeliz eternidade, expulsando-o do Paraíso, sem antes dizer-lhe como seria o seu retorno à Sua presença: através da semente da mulher, Jesus Cristo. Deste acontecimento no jardim do Éden, passando pela plenitude dos tempos, conforme está registrado na Bíblia, em Gálatas 4:4, o tempo em que à semente da mulher se fez carne e habitou entre nós, até nossos dias, os descendentes de Adão têm escrito a história da humanidade sobre a terra. O fato é que o caminho de retorno à presença do Pai foi reaberto, pois, antes da queda o homem desfrutava livremente da comunhão com Deus, perdendo este privilégio ao ser expulso do Paraíso, agora, em Jesus Cristo, este caminho foi restabelecido, conforme Suas palavras: “Eu sou a caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (JO 14:16). Assim, a humanidade, após a encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo ficou dividida em dois grupos: os que permanecem destituídos da presença de Deus e os que retornam à presença do Pai pelo caminho indicado por Jesus: Ele mesmo. O primeiro grupo é constituído da maioria, pois, em relação a estes, a Palavra de Deus diz que são os que caminham para o abismo pelo caminho largo. Obstinados, rejeitam o favor imerecido de Deus ao oferecer um caminho de retorno à Sua presença pelo sacrifício de Amor, manifesto ao mundo pela morte do Seu precioso Filho na cruz do Calvário, e, assim, enjeitando a Graça Salvadora de Deus, criam atalhos tentando, inultimente, se reconciliar com o Criador através de boas obras e de religiões criadas por si mesmos. O que conseguem com isso é somente a permanência no engano. Se Deus permitisse ou aceitasse o retorno do homem à Sua presença por seus próprios esforços não colocaria querubins (que representam a sua Santidade), e nem uma espada flamejante (que representa a Espada do Espírito: a Palavra de Deus) protegendo o jardim do Éden de um possível retorno do homem ao Paraíso, lugar onde face a face falava com Deus. Porém, Jesus Cristo, o novo e vivo caminho de retorno à comunhão com o Pai de Amor, proporciona ao homem privilégios maiores e melhores ao levá-lo de volta não a um Paraíso terreno, mas ao celestial, na presença de Deus, na Sala do Trono.
Diante disso é evidente que o homem natural, espiritualmente morto em delitos e pecados, inclinado por natureza a desobedecer aos mandamentos divinos, está impossibilitado de desfrutar de um relacionamento pessoal com Deus. E, falando a respeito do pecado se faz necessário, no momento, uma abordagem sobre o seu poder destruidor, do mal que causou à humanidade e porque ofende a Santidade de Deus.
Uma pessoa acometida por um mal-estar necessita, com urgência, de uma consulta médica. É claro, porém, que no fim da consulta, o seu estado de ânimo dependerá do parecer do profissional de saúde. Porque se o mal-estar que a levou ao consultório médico for resultado de dores intestinais e, após alguns exames, o doutor lhe diz que os sintomas não são graves, pelo contrário, declara o médico, as dores que a incomoda não é motivo para preocupação, na verdade, diz ele, o que ela sente não passa de uma má digestão. Em seguida, receita um medicamento apropriado e lhe recomenda repouso. Esta pessoa sairá, com certeza, daquele consultório confiante de que aquela má digestão irá passar. Entretanto, se uma outra pessoa vai ao consultório médico com sintomas semelhantes, porém, o diagnóstico, após alguns exames, não é nada animador, pelo contrário, o médico, com voz pausada, lhe diz que as dores que ela está sentindo são em conseqüência de um câncer em seu intestino. Pronto. O ânimo desta pessoa desaba. Ela tem consciência de que toda sua vida, a partir daquele momento, não será mais a mesma. Toda sua estrutura é abalada. Perguntas surgem desconexas em seu cérebro, porém, o silêncio parece ser a única resposta. A situação é trágica. O momento é sério. Algo com poder destrutivo está corroendo sua vida aos poucos. E a pergunta clássica se acende em sua mente como um alerta vermelho, apontando para um futuro incerto: O que fazer? Uma corrida contra o tempo e contra a morte tem início. Todos os seus bens e todas as suas forças se concentrarão para combater o câncer que desafia sua determinação e coragem. E, o que é pior, mais do que isso ela nada pode fazer. O seu amanhã é apenas uma incógnita. O fim é uma possibilidade e ela tem que se adaptar a esta realidade. Apesar de ser uma estória hipotética ela ilustra bem a natureza do pecado e como ele escraviza o homem. O pecado não é apenas um simples “mal-estar” da alma, antes, é um câncer espiritual que desonra a Santidade de Deus e que precisa ser levado a sério, porque seu poder de destruição brota das entranhas de Satanás, o Destruidor, pois, este é um dos títulos pelo qual nosso inimigo é conhecido. Somente em Jesus o homem encontra o verdadeiro caminho de retorno ao Pai, não há outro.