E o Poeta partiu...
DE TANTO AMAR
Ah, de quantas vezes do teu telefonema
O tilintar aflito ainda espero.
Passa a manhã, a tarde e a noite chega
Não toca o telefone... e eu me desespero.
Tenho passado dias, meses... a vida inteira...
Com essa angústia que até hoje me devora...
E minha espera aflita... mais que intensa...
É puro amor que levo pela vida afora...
E esperarei a vida inteira se preciso...
Até mesmo lá na cruz para onde eu vou...
Quando Deus decidir minha partida...
E na minha laje fria... tumular...
Encontrarás escrito quando a visitares...
“ Ainda espero você telefonar”
(Paulo Roberto - Vagabundo, o Poeta da Rua)
"Estás aí, meu Poeta luminoso, entre as estrelas que vieram te buscar?
Estás aí, meu Poeta Vagabundo, entre a chuva, o frio, as nuvens, o sol e o luar?
Nesse ano sem ti a poesia fitou tua marquise e nada do teu olhar. Na noite de São João não houve luzes e até os fogos esqueceram-se de brilhar. Nem bandeirinhas oscilando pelos ventos, nem o teu riso acordando minhas madrugadas, nem tuas cartas com meu nome desenhado... Nada do teu verso, às vezes meio ousado, tudo emudeceu, as rimas ficaram paralisadas.
O Poeta partiu sem dizer nada... E a minha saudade? O que faço dela? Onde coloco azul nos meus espaços? O Poeta Vagabundo traiu minha confiança, foi subindo aos céus, fugiu sem despedida, abandonou nossos momentos de alegria... Hoje eu queria não ter tido tanta esperança e agora tão vazios os meus abraços. E o telefone que nunca mais tocou?
Por onde anda meu Poeta de Chopin e o seu coração que era pura melodia? És um anjo agora? A alma que sonhavas? Quando sinto uma brisa a me tocar, parece-me serem tuas mãos dizendo: Estou aqui! Quando ouço pássaros nos seus cantos, escuto tua voz a me chamar. Quando a saudade teima em me assaltar, vertendo lágrimas pelo meu rosto no quanto choro por ti, choram por nós todas as poesias." (03/01/2007 – IDA)