Esdras em foco! - Ed1
Israel e Judá foram levados cativos e envergonhados para terras distantes, como vimos em nossas últimas notas.
Apesar deste livro abrir com a nomeação do grande rei Ciro, foi segundo a vontade determinativa do Deus de Israel que este fosse o instrumento de Sua eterna misericórdia no retorno de Seu povo expulso anteriormente. O homem nunca foi nem nunca será nada sem a devida sanção divina.
“Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, EU te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças; para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45:4-7).
Apesar de todo pecado e rebeldia do povo do Senhor, Deus não pode negar a si mesmo e trará paulatinamente seu povo para sua terra.
Em Esdras vemos não só o início do retorno de Israel – Zorobabel abre a lista dos cativos que retornam – mas os preparativos para que esta nação possa se enraizar novamente como povo santo e testemunhar dos caminhos da salvação às nações em redor.
Tudo começa com uma ordem governamental que favorecia o retorno do povo cativo à sua terra bem como sua adoração. Muitas vezes as leis humanas são editadas com propósito específico para favorecer determinado grupo, ainda que outros se beneficiem com elas.
Antes porém do lançamento das bases do santuário, o altar dos holocaustos será erigido como base de purificação de todo o povo remanescente e, principalmente, dos sacerdotes que ministrariam neste novo santuário.
No momento do lançamento das bases do santuário, um misto de alegria e lágrimas inundam todo o povo. Os novos se alegram enquanto os velhos choram.
Falsas acusações então são levantadas pelos povos que ali foram colocados no lugar dos judeus que haviam sido dispersos, numa tentativa de frustrar os planos de reconstrução do templo. A obra foi paralisada por alguns anos, mas enfim, sob o reinado de Dario, toda a verdade veio à tona com uma reviravolta na indisposição anterior.
Esdras, “escriba hábil na lei de Moisés”, em outra leva de imigrantes que retorna para sua pátria, é incumbido, “segundo a mão do SENHOR seu Deus”, “para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos”.
Sendo colocado a par da mistura racial que já descambava em meio ao povo, inclusive entre “os sacerdotes e os levitas” (9.1), leva a Deus uma belíssima confissão dos pecados de seu povo, coisas estas que caberiam muito bem ao povo que se chama hoje ‘igreja do Deus Vivo’.
Uma nova aliança então é promovida com base no juramento solene de que seriam despedidas – e quanta dor e lágrimas não foram sentidas! – “todas as mulheres, e os que delas são nascidos, conforme ao conselho do meu senhor, e dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a lei” (10.3).
O livro termina em tom sombrio, alertando todos os que viriam a ter ouvidos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas:
“Todos estes tomaram mulheres estrangeiras; e alguns deles tinham mulheres de quem tiveram filhos” (10.44).