Crônicas em foco! - Cr1
Tendo analisado os dois primeiros livros de Reis focando quase que exclusivamente o teor profético, e com vistas ao futuro tanto do ponto de vista de Israel bem como da oportunidade aos gentios na sua continuação de testemunho ao mundo pela negligência daqueles, passaremos agora a analisar os dois livros de Crônicas com foco nos reis de Israel e Judá propriamente.
No entanto, uniremos os dois livros, como no original hebraico, escolhendo 3 personagens principais das duas nações que alteraram profundamente as condições dos seus reinos respectivos com seus desdobramentos espirituais. Talvez tenhamos que citar também os dois livros anteriores de Reis já esboçados, visto que estes falam mais profeticamente que Crônicas.
O destino das duas nações todos conhecemos – desterro para uma terra distante, separados do seu templo, do seu Deus, da Sua glória, mas não de Sua misericórdia, pois Deus não pode quebrar seu juramento a Abraão e seus filhos.
Acho que a melhor passagem que descreve bem a situação espiritual destas duas nações se encontra em 2 Cr 36.15-16.
“E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve”.
Não obstante tanta incompreensão e desleixo de seu povo, a misericórdia do seu Deus os recolocaria na terra novamente, falando de Judá, pois Israel não teve a mesma sorte.
“Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor seu Deus seja com ele, e suba” (26.22-23).
A melhor passagem que define os motivos do castigo sem volta de Israel se encontra, entretanto, em 2 Reis capítulo 7, versículos 7 em diante.
“Porque sucedeu que os filhos de Israel pecaram contra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses...
E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus... E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações, que o Senhor expulsara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o Senhor.
E serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis estas coisas.
E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.
Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus.
E rejeitaram os seus estatutos, e a sua aliança que fizera com seus pais, como também as suas advertências, com que protestara contra eles; e seguiram a vaidade, e tornaram-se vãos; como também seguiram as nações, que estavam ao redor deles, das quais o Senhor lhes tinha ordenado que não as imitassem...
Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocarem à ira.
Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá...
Por isso o Senhor rejeitou a toda a descendência de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da sua presença.
Porque rasgou a Israel da casa de Davi... assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje”.
Estas palavras tristes, mas contundentes, deveriam arrepiar os ouvidos de todo cristão que diz temer este mesmo Deus vivo, visto que nossa igreja Laodiceia predominante nestes últimos tempos, também anda por maus caminhos, tornando-se vãos, “avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (2 Tm 3.2-5), quando Paulo descreve o estado último de nossas igrejas.
Passemos aos reis de Israel em nosso próximo assunto.