Elias e o fogo do céu - 2Re2
O ministério profético de Elias está chegando ao fim. Antes de partir dará uma demonstração clara e cabal que é o homem de Deus levantado para vindicar a santidade do Deus de Israel, separado de todo mal e mistura.
O rei Acazias (também chamado Jeocaz), caído de uma grade e mortalmente ferido, buscará orientação de um deus pagão qualquer, mas Elias surge no caminho para repreendê-lo.
“Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tesbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Porventura não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Re 1.3).
Descoberta sua identidade pelo rei, ele envia por 3 vezes mensageiros para buscá-lo, e bem provavelmente sem boas intenções. Nas duas primeiras, a cena de juízo devastador se repete.
“Então o rei lhe enviou um capitão de cinquenta com seus cinquenta; e, subindo a ele (porque eis que estava assentado no cume do monte), disse-lhe: Homem de Deus, o rei diz: Desce. Mas Elias respondeu, e disse ao capitão de cinquenta: Se eu, pois, sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então fogo desceu do céu, e consumiu a ele e aos seus cinquenta” (1.9-10).
Na terceira porém, um soldado com mais temor e sabedoria o invoca com respeito devido ao representante divino.
“E tornou a enviar um terceiro capitão de cinquenta... chegando, pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe, dizendo: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida, e a vida destes cinquenta teus servos... porém, agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida. Então o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se, e desceu com ele ao rei” (1.13-15).
Passando à interpretação destes símbolos, entendo que o cume do monte trata da posição elevada de Deus em sua soberania como Deus e rei de todo o mundo.
“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo” (Is 6.1).
Jesus também se configurou em glória ante seus três discípulos, numa antevisão de seu reinado glorioso.
“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles...” (Mt 17.1-2).
Seu maior inimigo também o conduziu a um monte alto para oferecer-lhe os reinos do mundo.
“E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo” (Lc 4.5).
Passando ao período tribulacional que se seguirá brevemente ao fim desta era da Igreja, corpo de Cristo, também aquelas duas testemunhas – Elias e Enoque – “profetizarão por mil duzentos e sessenta dias [ou três anos e meio], vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (Ap 11.3-4).
O fogo divino do juízo também estará à disposição deles.
“E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto” (Ap 11.5).
Também a mesma seca prolongada por três anos e meio que Elias enviou sobre Acabe, como vimos anteriormente, estará ao seu pleno dispor.
“Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem” (Ap 11.6).
A simbologia parece clara. Elias faz sua última demonstração de sua chamada profética aos olhos de seu povo para ser guardado até os tempos do julgamento futuro quando reaparece associado a outro irmão de fé, Enoque.
Antes porém de ser chamado em um redemoinho para os céus, fará uma viagem tripla até o destino do seu arrebatamento, assunto que comentaremos em nosso próximo encontro.
Não perca!