João é brasileiro e filho de imigrantes. Numa certa manhã, ele viaja na máquina do tempo e, em dois minutinhos, consegue voltar 70 anos pra trás. Ali, na Itália, conhece uma linda criança de olhos azuis, que é ninguém menos do que...seu avô. Mas um acidente acontece, e João mata seu próprio avô.
Bem, se o avô morreu ainda criança, como conheceu a avó de João? Se não a conheceu nem casou, como teve filhos? Se ele não teve filhos, João não teve pais. Sem pais, como João existe?
Este é um exemplo dos paradoxos que defluem da mente humana há séculos. Como uma coisa pode ser e pode não ser ao mesmo tempo?
Deixando de lado as contradições quânticas da viagem no tempo, falo de mim mesmo. Durante anos tenho convivido com um certo paradoxo da crença, pois, ao mesmo tempo em que se afirma a absoluta dependência do homem para com Deus, incentiva-se que ele (homem) tenha iniciativa e realize.
Felizmente, esta contradição é somente aparente, pois se “entregar o caminho a Deus resulta em ação completa do Eterno em nosso favor” (Salmos 37:5), o próprio Deus espera que adotemos certas providências, ainda que pequenas, e talvez insuficientes em si mesmas, mas que identificam fé e respeito para com Ele.
A dificuldade prática é que nos sentimos como bebês, tentando ajudar o pai - forte e musculoso - a carregar e transportar um troco de árvore, cem vezes mais pesado do que nós mesmos.
Os Jogos Olímpicos de Vancouver, no Canadá, ensinam uma boa lição sobre pequenas coisas que influenciam os RESULTADOS FINAIS. Veja só.
Na prova feminina de perseguição dos 15 Km, onde atletas subiam e desciam montes nos esquis, quase todas completaram a prova, cansadas, exaustas... Mas o primeiro lugar foi para apenas uma delas, ficando o 34º lugar para uma competidora que chegou 2 minutos depois.
2 minutos? Sim... E quanta preparação, quanto esforço despendido, gastos, abnegação, sonhos. E tudo que separou o 1º lugar do fim da linha foram cento e vinte segundos.
Tal espaço de tempo seria quase imperceptível em nosso dia a dia. O que são dois minutinhos para esperar a melhor mesa do restaurante? O que são segundos para ser recebido pelo chefe da empresa? O que são 2 minutos de atraso num vôo que traz o filho que mora no exterior? Qualquer um espera numa boa.
Mas para as Olimpíadas de inverno, os dois minutos foram cruciais.
Por isso, não menospreze pequenos gestos diante de Deus. Eles podem representar UMA GRANDE DIFERENÇA.
Isso porque o Eterno espera de nós pequenas atitudes de grande significado, que demonstrem nossa dedicação.
Uma palavra amiga no hora certa. O perdão para as falhas dos outros. Um muito obrigado para Deus e para seu próximo. A manutenção da esperança e da fé. Coisas pequenas – como os dois minutinhos - que fazem grande diferença, pois é sua parte. O restante, deixe nas mãos do Criador:
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor. (Sal 25:23).
Quanto ao paradoxo do avô, fique tranquilo... O conflito de lógica e matemática proposto nessa contradição temporal pode esperar. Afinal, as viagens no tempo ainda não estão disponíveis.
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