O AFÃ SILENCIOSO DO TEMPO

30/10/2000

 

 

Teus dezoito anos

 

 

Simone,

 

 

O tempo no seu afã silencioso, ainda não te infligiu o cruel e inevitável cinzel, mas quanto a mim, veja o que ele fez com os meus cabelos.

Tu és ainda muito jovem, esfuziante e bela, por isso docemente eu te invejo, não por maldade, mas sim porque a minha juventude foi-se embora, portanto agora ela já pertence ao passado.

Hoje em plena primavera tu desabrochas como uma flor linda de bela, radiosa e cheia de místicos encantos, como aquela que ainda pouco eu te ofertei.

É verdade que eu te admiro e desejo, é verdade que tu também sabes disso, pois isso eu vejo em teus lindos olhos oceânicos que te denunciam.

A distância que nos separa é instransponível, mas mesmo assim, eu quero e desejo que tu sejas a mulher mais feliz desse mundo.

Entretanto, se houver algum contra tempo ou um desvio no teu destino, mesmo assim, eu desejo que tu sejas a mulher menos infeliz entre todas as mulheres do mundo.

Minha querida o fim do ano se aproxima, se aproxima também a época em que nos separaremos; de ti eu levarei comigo as saudades do teu lindo sorriso, do teu jeito terno de me olhar e do toque sempre perfumado e carinhoso das tuas lindas mãos.

A vida é assim mesmo, um eterno partir, tu seguirás o teu caminho e eu o meu, quem sabe, um dia nos encontraremos numa galáxia qualquer.

Tu permanecerás sempre em meu velho coração como uma flor, e assim, pretendo te cultivar por todo o restante da minha vida.

Meus parabéns minha linda e querida Simone, os teus dezoito anos esculpiram a cobiçada pulcritude do teu corpo, que se transformou numa propositura para belos sonhos.

Quando chegar o fim do ano e os sinos dobrarem dentro da noite de natal, eu não quero te dizer adeus, somente um até logo e um abraço apertado, para que possamos sentir os nossos corações pulsando saudosamente sôfregos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 26/04/2008
Reeditado em 30/04/2008
Código do texto: T963008